Um grupo de profissionais que atuam em escolas da rede pública estadual de ensino participou de um manifesto na manhã desta quarta-feira (27) em Lucas do Rio Verde. Eles são contra o fechamento da Assessoria Pedagógica no município. A extinção foi proposta pelo Governo do Estado que pretende criar núcleos e diretorias regionais de educação em cidades polo.
Vários profissionais empunharam cartazes com frases defendendo o diálogo e a gestão democrática. Outras pautas também foram lembradas pelos profissionais, como a proposta de municipalização de escolas e o não pagamento da RGA (Revisão Geral Anual) pelo governo estadual.
O manifesto em frente a sede da Assessoria Pedagógica, na Avenida São Paulo, bairro Alvorada, durou cerca de uma hora.
Extinção
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público, Tânia Jorra, declarou que a extinção da assessoria e a municipalização de escolas trarão reflexos negativos para a comunidade. Ela defendeu ainda que o Estado mantenha diálogo com o segmento, o que não vem ocorrendo.
“Qual a referência que o Estado terá se não tiver mais a Assessoria Pedagógica?”, questionou.
Pela proposta, o Estado extinguiria as Assessorias Pedagógicas, mas criaria Núcleos de Educação e Diretorias Regionais de Ensino. Na região de Lucas, os núcleos seriam implantados em Itanhangá e Tapurah. Já a DRE seria instalada em Sinop, que se tornaria responsável por cerca de 60 escolas da região.
Jorra reclamou ainda do que a categoria classifica como desmonte da educação, como um todo. “Eles têm um olhar diferenciado sobre a educação, mas não dialogam com a sociedade, com os profissionais envolvidos e ai torna a situação mais difícil. Infelizmente a educação só consegue alguma coisa se manifestando”, destacou.
Paralisação
De acordo com a presidente do Sintep, o 27 de outubro se tornou dia de mobilização e manifestação em todo o Estado. As subsedes do sindicato definiram as pautas, como as citadas em cartazes no manifesto desta manhã.
A presidente da subsede reclamou sobre a falta de diálogo. Tânia Jorra lembrou o processo de municipalização que envolve toda a comunidade escolar. Porém, ele vem sendo tratado apenas pelos governos estadual e municipal, embora os reflexos sejam negativos para profissionais e pela própria comunidade.
“Afeta a carreira, o atendimento, porque a escola atendia do 1º ao 9º ano e passa a atender somente do 1º ao 5º ano, os alunos do 6º ao 9º terão que ser realocados para outras instituições. Afeta a vida profissional e funcional das pessoas, afeta de todas as maneiras. A gente tentou o diálogo várias vezes, mas ficou bem claro que o diálogo entre as gestões e o que a gente pode fazer é manifestações mesmo”, lamentou.
Em Lucas do Rio Verde aderiram à paralisação as Escolas Manoel de Barros, Márcio Shabat, Dom Bosco e Ângelo Nadin, de forma parcial. A Escola Luiz Carlos Ceconello, que passa pelo processo de municipalização, não aderiu à mobilização.