A solução encontrada pelo Governo do Estado de Mato Grosso para fazer frente ao crescimento do número de casos de contaminação pelo coronavírus e ao alto percentual de ocupação de leitos de UTIs não conta com a aprovação da Associação Comercial e Empresarial de Lucas do Rio Verde (Acilve) porque, segundo os dirigentes da entidade, poderá ter um efeito contrário ao esperado.
Diante da proposta de antecipação de alguns feriados para que, à exceção dos serviços essenciais, todas as demais atividades deixem de funcionar e as pessoas fiquem em casa durante um período de cinco dias em uma semana e de mais quatro dias na semana seguinte, com a soma dos sábados e domingos, o presidente da Acilve, Vilson Kirst, acredita ser uma medida temerária e com grande chance de provocar uma explosão de novos casos logo após a volta à normalidade.
“As pessoas estão cansadas e aflitas após um ano de pandemia e de medidas restritivas. Assim como tivemos um aumento no número de casos pouco depois de períodos festivos como o Natal, a virada de ano e o Carnaval, o confinamento da maioria da população em casa certamente trará aglomerações que fugirão do controle e poderá ser uma estratégia totalmente errada no combate ao vírus”, presume.
Conforme o anúncio feito pelo governador do Estado, Mauro Mendes, durante a reunião por videoconferência realizada sexta-feira passada (19) com representantes dos demais poderes e de setores produtivos, o primeiro feriadão irá se estender do dia 24 a 26 de março, quarta a sexta-feira desta semana, com a volta ao trabalho nos dias 29, 30 e 31, e o feriadão seguinte abrangerá os dias 1º e 2 de abril, quinta e sexta-feira da próxima semana.
Antes da publicação do novo decreto, o governo deverá encaminhar um projeto de lei à Assembleia Legislativa com a proposta de quais feriados do calendário estadual serão antecipados. A princípio, o de 1º de maio, o do Dia da Consciência Negra (20 de novembro) e o do dia de aniversário dos municípios foram apresentados como possíveis opções.
Para Kirst, os empresários luverdenses têm seguido rigidamente as medidas de biossegurança recomendadas pela Organização Mundial de Saúde para evitar a propagação da Covid-19 e mesmo assim muitos comerciantes estão sendo duramente penalizados com a imposição de medidas restritivas que diminuem as vendas e forçam a redução do número de funcionários. “Além disso, estamos nos aproximando da Páscoa, uma data de grande movimentação do comércio, e o intervalo de três dias entre um pequeno lockdown e outro justamente no final do mês, que é quando muitas pessoas recebem seu salário, vai provocar uma corrida às compras que certamente ocasionará muito atropelo e lotação nas lojas e supermercados”, prevê.