A terceira etapa da Jornada Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, promovida pelo Ministério da Justiça, reúne nesta semana, em Sinop, autoridades da área de vários estados para debater práticas e experiências investigativas sobre o policiamento rural no País.
O delegado-geral da Polícia Civil, Mário Dermeval Resende, participou da abertura do evento na terça-feira, junto com o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, e o secretário Nacional de Segurança Pública, Carlos Renato Paim.
O encontro segue até esta quinta-feira e reúne profissionais da segurança de vários estados para debater e compartilhar experiências em relação ao policiamento nas regiões rurais e a investigação criminal qualificada no enfrentamento aos crimes rurais, entre eles os relacionados a roubos de cargas, contrabando de defensivos e organização criminosa.
O intuito da Jornada Nacional de Segurança Pública é produzir, a partir das discussões, diagnósticos e captar informações para construção de uma ação de política pública voltada para a segurança rural.
Crime organizado e defensivos contrabandeados
A mesa redonda desta quarta-feira (24) tratou sobre “Investigação Criminal Qualificada no Enfrentamento aos Crimes Rurais”, com a participação de delegados das Polícias Civis de Mato Grosso e do Rio Grande do Sul.
O delegado Vitor Hugo Bruzulato, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), explanou sobre a atuação da instituição em relação a roubos e furtos de carga, crime organizado, roubo a bancos e contrabando de defensivos, entre outros delitos que são apurados pela unidade que tem atribuição estadual.
“Todo o trabalho de enfrentamento a esses crimes é desenvolvido de forma integrada com outras unidades da Polícia Civil, em virtude da dimensão territorial de Mato Grosso, e também de outras instuições, como por exemplo, a Polícia Rodoviária Federal que tem sido parceira nas ações de represssão ao contrabando e roubo de defensivos, tráfico de drogas, por exemplo”, citou o delegado.
Seis operações da Polícia Civil realizadas pela GCCO neste ano, com foco nos crimes de roubos de cargas, tráfico, defensivos agrícolas e roubo a bancos, resultaram em 158 prisões e 62 cumprimento de buscas e apreensões, bloqueio de R$ 12 milhões em contas de investigados e 75 veículos apreendidos (entre 12 carretas).
O trabalho de repressão realizado nas regiões rurais é constante e tem a integração com a PRF de Mato Grosso, como destacou o delegado Vitor Hugo. “Temos uma parceria muito exitosa com a Polícia Rodoviária Federal e em um estado de dimensões continentais, com a economia agrícola bem forte, as apreensões de defensivos contrabandeados é constante. Neste ano, já foram 19 toneladas apreendidas”, explicou.
O delegado finalizou reforçando que a tecnologia e a inteligência, junto ao trabalho integrado, são fundamentais para que as polícias possam avançar na repressão qualificadas a essas organizações criminosas.
A Jornada de Segurança Pública começou em setembro e será realizada em sete etapas, até março de 2022, com a discussão de temas como estatísticas de segurança pública; município, segurança pública e criminalidade; segurança nas fronteiras – integração e apoio mútuo; e violência doméstica e contra a mulher.