Um grupo de 30 indígenas da etnia Enawenê Nawe, que vive na aldeia Halataikwa, em Brasnorte, a 580 km de Cuiabá, está fazendo um curso de combate a incêndio com o Corpo de Bombeiros. Fez parte do treinamento técnicas para apagar fogo em ocas.
Conforme o coronel do Corpo de Bombeiros Abadio Cunha, que coordena o trabalho, o curso está sendo ministrado a pedido dos próprios índios. A solicitação foi feita ao governador Mauro Mendes (DEM), no último dia 10, quando ele visitou a aldeia.
Foi montada uma turma de 30 alunos, que eles aprenderam sobre primeiros socorros, técnicas de combate a incêndio, na teoria e na prática; teoria sobre o fogo e formas de propagação do fogo.
As aulas foram ministradas entre segunda-feira (16) e quarta-feira (25). O curso teve carga horária de 20 horas.
“O combate à incêndio em oca veio em função da aldeia já ter sido por um incêndio em 2007 que destruiu toda a aldeia e em 2010 teve outro incêndio que deixou metade de todas as ocas destruídas “, explicou o coronel.
Agora, de acordo com o coronel Cunha, o próximo passo é buscar estrutura para a implantação da brigada com o fornecimento de viaturas, equipamentos e contratação dos brigadistas.
A visita do governador à aldeia fez parte do projeto “Ser Cidadão Indígena”, organizado pela Secretaria de Assistência Social, para a emissão de documentos como CPF, carteira de trabalho, carteira de identidade, título de eleitor e certidão de nascimento.
Entretanto, durante a visita, vários outros assuntos foram discutidos, como a produção agrícola nas terras indígenas, melhoria nas estradas que dão acesso à aldeia e o desenvolvimento de psicultura e apicultura na área indígena.
Um documento assinado por todos os caciques foi entregue a Mauro Mendes.
A secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, afirmou que 16% dos focos de incêndio no estado são em terras indígenas e que o governo não tem como fazer o combate porque as áreas são de responsabilidade da União.
Emergência
O governo estadual decretou situação de emergência por conta das queimadas no estado, neste mês. Com a medida, no período de 60 dias, o estado pode fazer ações emergenciais, como comprar bens e materiais sem licitação, e buscar auxílio do governo federal.