Em Mato Grosso, o incêndio no Pantanal já destruiu mais de 60 mil hectares de vegetação.
Do alto, dá para ver o tamanho do problema. O incêndio no Pantanal de Mato Grosso avança em um local de mata fechada, de difícil acesso.
Fazendeiros da região cederam máquinas para abrir caminho no combate ao fogo e fazer linhas de aceiro em torno da área que queima.
O caminhão-pipa com dez mil litros de água também seria usado para apagar o fogo, mas não pôde seguir viagem. Uma ponte não resistiu ao peso dele. Foram necessárias duas máquinas para puxar o caminhão.
Há cerca de dois meses, não chove na região. A baixa umidade deixa o mato muito seco, o que funciona como combustível para o fogo.
Além da vegetação seca, o vento também acaba se transformando num inimigo no meio da mata. Quando ele muda de direção, o fogo avança com rapidez, o que torna a operação de combate mais arriscada.
“O vento realmente e a umidade do ar são os fatores mais complicadores junto com a temperatura, né e com a densidade da vegetação. Então a característica do bioma Pantanal é bem complexa para o combate”, diz o bombeiro Isaac Wihbi.
Em duas semanas, o fogo já destruiu mais de 60 mil hectares de vegetação. E agora está perto da fazendo de Antônio Marques. Ele está preocupado com o gado que não vai ter o que comer se o pasto queimar.
“Eu não sei o que vai acontecer com o gado. Se esse fogo chegar de queimar esse pastinho que tem aí, eu não sei o que vai acontecer”, comenta o fazendeiro.
Só na região de Poconé, são cinco equipes que se revezam dia e noite. Os bombeiros tentam impedir o avanço das chamas, para que as fagulhas empurradas pelo vento não atinjam a fazenda do outro lado da pista. Com pouca visibilidade, é preciso muito cuidado para avançar no terreno.
“Essa é uma das dificuldades que a gente está encontrando para que a gente possa efetuar o combate direto dessas chamas”, diz um bombeiro.