Um grupo de 22 pessoas de igrejas católicas de Mato Grosso denunciou um golpe de R$ 100 mil ao contratar uma agência de viagens, em 2017, para organizar uma caravana com destino à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que começa nesta terça-feira (22), no Panamá.
Eles sairiam de Cuiabá na quarta-feira (16), mas descobriram que as passagens não foram emitidas pela empresa. No pacote estava incluso aéreo, hospedagem e transporte do aeroporto ao hotel.
A agência contratada pelos jovens informou que também foi vítima da companhia aérea da qual comprou as passagens aéreas e que, para não prejudicar os clientes, tentou adquirir os bilhetes de outras companhias, mas não encontrou voos disponíveis.
“Descobrimos na segunda-feira (14) que as passagens não estavam compradas. A funcionária que assinou o contrato não atendia mais as ligações. Entrei em contato com a central e eles informaram que nenhuma passagem havia sido comprada pela minha agência”, explicou a dona da empresa, Deborah Santos.
Deborah disse ainda que vai assumir todos os gastos das pessoas que fecharam o pacote.
O padre Wender Souza dos Santos, assessor da Paróquia Santa Teresinha, em Tesouro, a 385 km de Cuiabá, disse que um grupo de jovens de Sinop, a 503 km de Cuiabá, viajou para a capital para tentar realizar a viagem, mas não conseguiu.
Eles devem retornar ao município nesta segunda-feira (21).
Segundo Wender, ele conhece a agência há mais de quatro anos e, durante a JMJ que aconteceu no Rio de Janeiro em 2013, essa mesma empresa ficou responsável pela viagem.
“Na época não tivemos problemas. Estamos muito tristes. Já pedi desculpas para todos os jovens envolvidos que iriam para a jornada”, contou.
Wender afirmou que a viagem foi cancelada e que o grupo está em contato com a agência responsável para que o dinheiro seja recuperado.
Decepção
O grupo que faria a viagem ao Panamá está decepcionado com o que aconteceu.
Irineu Wolff, de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, gastou cerca de R$ 6,8 mil para tentar ir à Jornada da Juventude.
“Esperávamos outra coisa. Só gostaríamos de cumprir a nossa missão. Não estou preocupado com o dinheiro, pois sei que vamos receber, mas o valor é sentimental, criamos expectativas”, ressaltou.
Sandra Regina Bruna Bucater e o filho dela João Pedro Bucater também iriam ao Panamá e gastaram mais de R$ 11 mil desde o fechamento do pacote.
“Foi um sonho destruído. Meu filho já chorou muito. Espero que isso sirva de experiência para nós e que possamos sonhar novamente”, lamentou.