Em um ato de generosidade e amor ao próximo em Mato Grosso, a família de Nicolas Valentim, de apenas 1 ano e 8 meses, transformou uma tragédia em esperança ao autorizar a doação do coração do filho. Nicolas sofreu um acidente doméstico fatal, e, diante de uma situação de luto profundo, seus pais decidiram doar o órgão para salvar a vida de um bebê da mesma idade, que aguardava por um transplante no estado do Paraná.
A captação do coração foi realizada no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), na terça-feira, 12 de novembro, e, em seguida, o órgão foi transportado com urgência para garantir a viabilidade do procedimento. O transporte, realizado com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), representa a urgência necessária, pois o coração tem uma janela muito curta de viabilidade fora do corpo humano.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) reforça o quanto a conscientização sobre a doação de órgãos é essencial para salvar vidas, especialmente em um país onde a demanda é alta e os recursos limitados. Além do coração, diversos órgãos podem ser doados, sendo a córnea o único tipo de transplante realizado no estado de Mato Grosso.
Entenda o processo de doação e transplante de órgãos
É importante lembrar que, uma vez captado, o coração precisa ser transplantado dentro de aproximadamente 4 horas, uma vez que possui uma janela de viabilidade muito curta fora do corpo humano.
Para garantir essa urgência, a Força Aérea Brasileira (FAB) frequentemente colabora no transporte de órgãos para que o receptor possa recebê-lo a tempo.
O transporte aéreo rápido é fundamental, especialmente quando o receptor está em outro estado, como foi o caso desse transplante para o Paraná.
Como ser um doador de órgãos?
Qualquer pessoa pode salvar vidas comunicando sua intenção de ser doador à família. Não é exigido nenhum documento formal para a doação de órgãos no Brasil; basta que, em caso de morte encefálica, a família autorize o procedimento. Ao declarar essa vontade, a pessoa ajuda a criar um ambiente de maior aceitação e compreensão sobre a importância da doação, além de facilitar a decisão da família em um momento tão delicado.
Quem pode doar?
A doação de órgãos pode ser feita por qualquer pessoa, desde que haja compatibilidade entre o doador e o receptor. Em casos de doações em vida, órgãos como rins e parte do fígado podem ser doados, e a medula óssea também pode ser oferecida a pacientes compatíveis. Porém, a maioria das doações de órgãos, como coração e pulmões, ocorre em situações de morte encefálica.
Para onde vão os órgãos doados?
Os órgãos doados são destinados a pacientes da lista de espera nacional, administrada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que segue critérios rigorosos para garantir justiça e equidade no acesso aos transplantes.
O SNT busca o receptor mais compatível com o doador, o que maximiza as chances de sucesso do transplante e melhora a qualidade de vida do paciente.
A doação de órgãos é um gesto que transcende a dor e representa um ato de amor e esperança. Cada doador oferece a possibilidade de uma nova vida a alguém que enfrenta a espera por um transplante, uma verdadeira corrida contra o tempo e as limitações de saúde.
A família de Nicolas Valentim transformou seu luto em um ato de generosidade, proporcionando uma nova chance a outro bebê. Esse gesto nos lembra do poder da doação e do quanto essa prática pode fazer a diferença na vida de quem aguarda, muitas vezes, como última esperança.