Escola de Lucas do Rio Verde terá primeira cooperativa escolar de Mato Grosso

Projeto-piloto tem como pilares a formação de liderança, a educação financeira, o empreendedorismo social e a inclusão

Fonte: Ascom Prefeitura/Neri Malheiros

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Ato de assinatura da parceria para implantação do projeto-piloto (Foto: Camila Carpenedo)(Foto: Ascom Prefeitura)

Com três décadas de funcionamento, a Escola Eça de Queirós, a mais antiga instituição urbana da rede municipal de ensino de Lucas do Rio Verde, deverá ganhar até o final deste ano a primeira cooperativa escolar do estado de Mato Grosso. O projeto-piloto começou a ser implantado por meio de uma parceria recentemente firmada entre a Prefeitura e o Sicredi Ouro Verde, responsável pela iniciativa.

Em maio do ano passado, o gestor da escola, Tiago Moro, e a assessora de formação da Secretaria Municipal de Educação, Marilete Zampieron, estiveram em Nova Petrópolis/RS, considerada a Capital Nacional do Cooperativismo, para conhecer fundamentos teóricos e aspectos práticos da proposta já em curso em mais de uma centena de instituições de ensino daquele estado.

Desde 2007, princípios básicos do cooperativismo foram pouco a pouco sendo introduzidos nas salas de aula da Eça de Queirós e de outras unidades das redes de ensino do município por meio do programa A União Faz a Vida, também do Sicredi, e isso, na opinião do pesquisador e assessor para cooperativas escolares, Everaldo Marini, deverá facilitar o caminho para a constituição da cooperativa pioneira no ambiente escolar.

“As cooperativas escolares já estavam no DNA do programa A União Faz a Vida, inspirado em uma experiência de cooperativa escolar existente no Uruguai. Em 2010, Nova Petrópolis, a capital brasileira do cooperativismo, fez uma irmandade com Sunchales, a capital argentina do cooperativismo, e isso fez com que nos inspirássemos nos projetos de lá para retomar a proposta original e começar a implantar cooperativas escolares aqui no Brasil, verdadeiros laboratórios de aprendizagem”, relata.

Responsável pela formação do grupo inicial de 20 estudantes, número mínimo necessário para dar origem a uma cooperativa escolar, Marini esteve em Lucas do Rio Verde na semana passada para apresentar as diretrizes do projeto-piloto para alunos, gestores, professores e pais de alunos. “Quando nós temos o programa A União Faz a Vida consolidado, a cooperativa escolar é uma consequência dessa construção. Não podemos criar cooperativa escolar sem fundamentação, sem estudo. Isso não é ativismo, é práxis”, defende o pesquisador.

Segundo Marini, formadas por crianças e adolescentes, as cooperativas escolares, costumeiramente, funcionam melhor entre estudantes dos anos finais do ensino fundamental – do quinto ao nono ano – e são experiências que vão além da aprendizagem do cooperativismo. “Por meio das cooperativas escolares, trabalhamos quatro pontos fundamentais: formação da liderança, a educação financeira, o empreendedorismo social e a inclusão. Além disso, os quatro pilares da Educação da Unesco para o Século XXI: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser”, explica.

Para a secretária municipal de Educação, Cleusa Marchezan De Marco, o projeto-piloto representa um passo inovador com a marca do pioneirismo da Educação de Lucas do Rio Verde que vem ao encontro do novo documento curricular que apresenta pressupostos como o desenvolvimento de habilidades de comprometimento, de cidadania e de projetos de vida. ”Nossa expectativa é muito boa porque temos profissionais comprometidos, inovadores e que assumem desafios e também contamos com a adesão dos alunos, uma vez que a perspectiva é desenvolver o protagonismo dos estudantes, que também serão desafiados a mostrar seu potencial, e assim constituir um modelo que possa ser multiplicado para outras unidades escolares”, avalia.

A escolha da Eça de Queirós para a implantação do projeto, segundo o gestor Tiago Moro, deverá consolidar a metodologia de trabalho que já tem colocado o cooperativismo, a autonomia, o espírito de liderança e o empreendedorismo no dia a dia da comunidade escolar. “Conhecemos o funcionamento de cooperativas escolares no Rio Grande do Sul e é gratificante sermos pioneiros dessa proposta em todo o estado. Vamos começar com alunos do 7º e do 8º ano e o processo deverá ser concluído até a segunda quinzena de novembro com o ato de fundação da primeira cooperativa escolar”, comemora.

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