Mato Grosso tem tradição na exportação de grãos e carne, agora os empresários começaram a investir na venda de outros produtos para o mercado internacional. Para isso, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de exportações e Investimento (Apex), está oferecendo um curso para capacitar os investidores.
O treinamento do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) é realizado por professores e economistas da UFMT e da Apex.
De acordo com o professor Olivan Rabelo, o programa orienta os empresários sobre o que devem fazer para entrar no mercado internacional.
“O programa PEIEX é um programa de exportação das empresas que se qualificam com a perspectiva de obter uma exportação planejada e também de sucesso. O foco pode ser também industrial, comercial e de serviços. O nosso leque de opções para os seguimentos são diversos. Acreditamos que beneficiando a nossa matéria prima, a gente consegue agregar valor nos produtos e colocar em outros países”, afirma.
A empresária Gerusa Pasini Rader, que tem uma fábrica de pães e biscoitos em Sinop, vende para várias cidades do estado, inclusive para redes atacadistas da capital. Agora, a empresária está de olho em um novo mercado, a meta é criar produtos para a exportação.
“(A exportação) fortalece muito a marca. Quando se fala que (o produto) é padrão exportação, o nível muda”, afirma.
Os principais produtos exportados na região Centro-Oeste são os grãos, o algodão e as proteínas animais. Só de soja Mato Grosso exportou nos três primeiros meses deste ano 48 mil toneladas.
Do algodão produzido no estado, quase 535 mil toneladas já foram para outros países no primeiro trimestre deste ano e boa parte dessa produção passou pelo Porto Seco, em Cuiabá, que encaminha as mercadorias para várias partes do mundo.
De acordo com o administrador do Porto Seco, Francisco Paiaguás a maioria da mercadoria é exportada para países da Ásia.
‘Hoje está indo muito para a Ásia, a China, para o Japão e para a Índia, enfim o algodão de Mato Grosso vai para o mundo inteiro”, afirma.
Só em proteína animal, a região Centro-Oeste ampliou em mais de 4% as exportações no primeiro trimestre neste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Juntos, os três estados faturaram mais de R$ 880 milhões de dólares só com esse tipo de venda.
De olho nesse possível aumento nas exportações, a empresa que tem a concessão para administrar o terminal de cargas do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande, quer ampliar o espaço.
De acordo com o administrador do aeroporto, Cristiano Noetzold, a ideia é transformar Mato Grosso em uma referência em exportações por via aérea.
“O aeroporto hoje está localizado em uma posição geográfica fantástica em relação a outros aeroportos do Sul e do Sudeste. Isso reflete em menores custos, menor tempo de transporte e acaba aumentando a lucratividade do empresário que pode aumentar os empregos e gerar renda pra distribuição”, afirma.