Depois de 18 dias da publicação do decreto municipal 482/21, que instituiu, em 11 de março a situação de emergência ocasionada pelo excesso de chuva em Sorriso, a instância federal da Defesa Civil homologou no última dia (29) a situação no “status” do processo no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID).
No dia 19, esse “confirma” fora dado pela Defesa Civil Estadual. A concordância da instituição nacional com o documento municipal garante, tanto ao poder público, quanto aos produtores rurais e também ao setor privado atingido pela chuvarada, uma ferramenta para desburocratizar processos e renegociar contratos.
O decreto emitido pela Prefeitura estima os prejuízos em cerca de R$ 1,5 bilhão para o setor privado e em R$ 850 mil para o setor público. O documento não só torna menos complexo o processo para recuperação da infraestrutura logística, por dispensar a necessidade de licitação para recuperar pontes, estradas e promover outras obras para restaurar os cenários afetados pela chuvarada, como também garante aos produtores e aos integrantes da iniciativa privada afetados pela chuvarada, a oportunidade de renegociar contratos e dívidas.
O “Ok” da Defesa Civil Federal foi confirmado pelo coordenador de Proteção e Defesa Civil (Compdec) do Município, Fábio dos Santos, que, junto ao secretário de Agricultura e Meio Ambiente (Sama), Marcelo Lincoln, capitaneou o processo em Sorriso. O representante da Defesa Civil também prestou apoio aos municípios vizinhos de Nova Ubiratã, Santa Carmem e Ipiranga do Norte, que viveram situações semelhantes.
Fábio explica que a homologação do decreto de Situação de Emergência deve ser publicada nos próximos dias em Diário Oficial (DO). O documento vai servir como alento para que os afetados possam renegociar contratos, assim como permite à Prefeitura fazer reparos aos estragos ocasionados pelo aguaceiro dispensando licitações.
O excesso de água não só atingiu as lavouras de soja no momento de colher e transportar os grãos, como igualmente trouxe perdas para a agricultura familiar, impactando diretamente o abastecimento, por exemplo, de hortaliças para o programa municipal Mesa Saudável, que distribui alimentos a famílias em situação de vulnerabilidade social, assim como para a merenda escolar.
O aguaceiro também ocasionou danos às estradas vicinais, seja levando pontes, criando atoleiros ou mesmo abrindo buracos nas estradas. O efeito não foi sentido somente por quem produz e transporta, mas também impactou o transporte escolar e a condução de pacientes para Sorriso, visto que o Município é referência no atendimento em saúde para 14 municípios da região.
Quando se pensa no “depois”, a situação pode trazer outras consequências igualmente desanimadoras para a economia de Sorriso, visto que a safra de milho (a segunda safra ou a “safrinha”) também deve sentir o impacto negativo de muita água na hora do plantio.
“Continuamos à disposição dos agricultores, sejam da agricultura familiar, sejam produtores de commodities, para contribuir no que for preciso para amenizar esta situação, pois sabemos da importância do agronegócio para o Município, que é celeiro para o mundo inteiro”, destaca o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Sorriso, Marcelo Lincoln.