Cultivo de flores será nova frente de trabalho em penitenciária feminina

Será construída uma estufa na penitenciária, adquiridas sementes, adubos e outros materiais necessários para o cultivo das flores, com recursos destinados pela Justiça e OAB

Fonte: Redação CenárioMT

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Um projeto que entrará em atividade na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, dará oportunidade de trabalho a 60 reeducandas que farão o cultivo de flores para comercialização.

O convênio destinando o recurso para investimento no projeto RefloreSer e definindo responsabilidades das instituições foi assinado nesta terça-feira (12.02) entre representantes do Governo do Estado, Poder Judiciário, OAB-MT e parceiros da iniciativa. O projeto receberá R$ 120 mil reais, sendo R$ 100 mil provenientes de multas pecuniárias destinados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, e outros 20 mil da OAB.

Os canteiros para cultivo das flores ocuparão uma área de 800 metros na unidade prisional. Serão capacitadas in loco até 60 reeducandas na produção de flores de corte, em vasos e também mudas. O projeto técnico e a capacitação serão ofertados pela Universidade Federal do Estado de Mato Grosso (UFMT), com duração de oito meses. Após esse período, as internas serão certificadas e iniciarão a produção de flores para comercialização.

Secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, reforça a necessidade de ampliar a oferta de trabalho entre os reeducandos como forma de auxiliar na prevenção de doenças.

“Pretendemos que se torne um programa que irá contribuir para evitar a ociosidade, ocupando homens e mulheres e auxiliar no resgate pessoal de cada um, pois quanto mais trabalhamos a ressocialização, menos problema temos para a segurança pública”, destaca o gestor.

Será construída uma estufa na penitenciária, adquiridas sementes, adubos e outros materiais necessários para o cultivo das flores.

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Área na penitenciária Ana Maria do Couto onde serão construídos os canteiros do projeto RefloreSer

Supervisor do Grupo de Monitoramento do Sistema Penitenciário no Tribunal de Justiça, desembargador Gilberto Giraldelli, destaca a importância da qualificação de pessoas privadas de liberdade como forma de estimular a ressocialização e promover autoestima entre as mulheres.

A diretora da penitenciária, Maria Giselma Ferreira explica que a renda obtida na comercialização será dividida em duas partes: metade para pagar o trabalho das reeducandas e a outra destinada à manutenção da atividade, como compra de sementes e adubos.

“É uma oportunidade de mudança que a união de vários parceiros está trazendo para a penitenciária feminina, dando oportunidade para que elas possam enxergar um novo rumo às suas vidas”, acrescenta o secretário adjunto de Administração Penitenciária, Emanoel Flores.

A reeducanda F.R.S, 21 anos, reclusa há três, entende que as flores não vão só embelezar a penitenciária, mas também vão fazer reflorescer a esperança nela e nas colegas que farão o curso. “Estamos muito felizes com o projeto. Em nós já brota uma esperança de que somos capazes de mudar e de sermos bem vista pela sociedade”.

São parceiros do projeto: OAB – Seccional Mato Grosso; Tribunal de Justiça; Conselho de Comunidade da Vara de Execução Penal de Cuiabá (Concep), Fundação Nova Chance (Funac), Associação Cultural Cena Onze, UFMT.

Participaram da assinatura do convênio os juízes da Vara de Execução Penal, Geraldo Fidélis Neto e Leonardo Pitaluga e do GMF, Bruno Marques; presidente da Fundação Nova Chance, Dinalva Oriede; presidente do Concep, Silvia Tomaz; vice-presidente da OAB-MT, Flávio Ferreira.

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