Teatro, música, dança e poesia tomam conta do Museu do Rio durante a celebração da Consciência Negra, na terça-feira (20). Na segunda edição do festival Kwanzaa, realizado pela Prefeitura de Cuiabá, manifestações culturais afrodescendentes reforçam a inestimável contribuição destas populações na construção de nossa sociedade.
De acordo com o secretário de Cultura, Esporte e Turismo, Francisco Vuolo, cabe ao poder público valorizar e promover ações culturais que resguardem a identidade do nosso povo. Assim, parte desta missão é promover o trabalho de artistas locais, oferecendo espaço para o desenvolvimento de uma programação variada.
“Nossa população é de maioria negra e conhecida pela profunda e inegável ligação à diversidade cultural. Não é à toa que Cuiabá é uma das capitais brasileiras onde o dia da Consciência Negra é feriado. Diante disso, não poderíamos deixar de realizar essa ação, que estimula o exercício da liberdade e igualdade racial”, explica.
A expressão “kwanzaa”, que dá nome ao evento, tem origem africana e significa celebração, resgate da origem de um povo que exalta suas conquistas, frutos de muita luta, persistência e fé. Logo, o título remete não apenas a manifestação cultural, mas também à resistência daqueles que ainda hoje lutam por respeito.
Sendo assim, o evento reserva espaço para homenagear o líder quilombola Antônio Benedito da Conceição, mais conhecido como Antônio Mulato. Referência no quilombo de Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento, ele faleceu em setembro, aos 113 anos. Seu nome será reverenciado pela poesia de Jhony Marcus.
O Kwanzaa será aberto às 18h e contará ainda com apresentações gratuitas de capoeira do grupo Aruandê; Cururu, com Coração Franciscano; contação de história, com Alicce Oliveria; hip-hop, com dj Spinha; Siriri, com o grupo Flor do Campo; dança afro, com a Cia Ayoluwa; Samba Digoreste e Charanga Bola de Ouro, que homenageará o mestre Ignácio.
Em consonância com o mês da Consciência Negra, o Museu de Arte e do Som de Cuiabá (Misc) recebeu o 10º encontro do Ciranda de Crioula, no sábado (17). O evento foi realizado em paralelo a exposição coletiva “Bença”, que reverencia o saber popular por meio do resgate de sabedorias transmitidas de geração a geração. A mostra está aberta a visitação até o dia 30.