Casa de Amparo adota novas estratégias para reforçar combate à violência doméstica

A unidade continua em atividade, mesmo durante a pandemia, por ser considerada como serviço essencial

Fonte: CenarioMT

2020 07 22 19:49:16
Vicente Aquino

 

“Use a máscara para se proteger do Covid-19 e não para mascarar a violência contra as mulheres”. Esse é o chamado que está sendo feito pela Casa de Amparo Vilma Benedita Rodrigues nesse momento de enfrentamento a pandemia do novo coronavírus. A entidade tem adotado estratégias diferenciadas para manter latente a importância da denúncia em situações desse tipo.

Considerada referência no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica em Cuiabá, a unidade está ligada a Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência e tem como madrinha, a primeira-dama Márcia Pinheiro.

De acordo com a coordenadora Fabiana Soares, a proposta de criação dessa campanha é chamar a atenção, principalmente das mulheres, mas também de parentes e amigos que, por ventura, conhecem alguém que enfrenta esse problema. A iniciativa visa incentivar as pessoas a efetuar denúncias, para que as devidas providências sejam tomadas e o autor do crime responda por suas atitudes. “Apesar da pandemia, a Casa de Amparo está aberta, pronta para receber essas mulheres que precisam de todo apoio nesse momento tão delicado. Não podemos nos calar e achar que isso já é uma coisa normal. Violência contra a mulher é crime”, pontuou.

Antes de procurar a Delegacia Especializada no Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência, o primeiro passo a ser dado é ligar nos números 180 e 190 para pedir ajuda. “Por meio desses canais, os servidores que estão capacitados para atender esse tipo de ocorrência, irá orientar a vítima sobre o que precisa ser feito. Quanto mais rápida a procura por ajuda, mais fácil para a equipe prestados devidos socorros”.

Nesse primeiro semestre de 2020, a Casa já abrigou cerca de 30 mulheres e 25 crianças. “No momento, estamos com uma acolhida. Esse esvaziamento da Casa não significa que a violência doméstica parou, mas sim que a mulher está com medo de denunciar e receio do futuro. Faço a denúncia, aí vou pra Casa de Amparo e depois vou pra onde? Quais instrumentos que tenho de amparo? Acreditamos que, nesse momento de isolamento social, as mulheres estão amedrontadas. Com receio de serem vigiadas e maltratadas por denunciar seus agressores”, ressaltou Fabiana.

A capacidade da sede é de 22 mulheres vítimas de violência doméstica, acompanhas ou não de seus filhos. São 29 espaços, com novas mobílias e estrutura física amplamente reformulada na parte estrutural, que passa a contar com salas de coordenação, acolhimento, administrativo, psicossocial, brinquedoteca, refeitório, cozinha, dispensa, lavanderia, salão multiuso, refeitório, cozinha, almoxarifado, seis quartos, seis banheiros, horta, parque infantil e academia ao ar livre.

As atividades estão mantidas desde o início da adoção de medidas de enfrentamento na Capital por ser considerada como serviço essencial. No entanto, algumas medidas diferenciadas foram adotadas, a fim de evitar a aglomeração de pessoas.

“Adotamos todas as precauções e medidas exigidas de higiene para o controle do coronavírus. Sabemos que podem ser medidas simples, porém de fundamental importância nesse momento em que o prefeito Emanuel Pinheiro não está medindo esforços para manter a segurança e vida dos servidores que estão na linha de frente, como dos amparados que estão na Casa”, completou.

 

 

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