Entre 2018 e 2019, Mato Grosso destruiu uma área de 930,6 km² do Cerrado e é o terceiro estado que mais desmatou, ficando atrás apenas do Maranhão e do Tocantins, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Com uma área correspondente a 24% do território nacional, o Cerrado se distribui pelos territórios de 12 unidades da federação.
Segundo o Inpe, entre 2018 e 2019, o desmatamento destruiu 6.483,4 Km² do bioma no país, o equivalente a quatro vezes o território de São Paulo. Desse total, Mato Grosso é responsável por 14%.
Cocalinho, na região do Araguaia, liderou o ranking estadual com 82 km² de desmatamento no período. A lista inclui ainda os municípios de Rosário Oeste, Ribeirão Cascalheira, Paranatinga, São Félix do Araguaia, Campos de Júlio, Nova Nazaré, Nova Mutum, Poconé e Juína.
O resultado, segundo o Instituto Centro de Vida (ICV), está longe do necessário para que o estado consiga alcançar uma das principais metas firmadas na Conferência do Clima de Paris, em 2015: a redução da taxa de desmatamento anual no bioma para 150 Km² até 2030.
O instituto avaliou, em relatório lançado nessa quinta-feira (6), que o ritmo de destruição do Cerrado, em Mato Grosso, continua ‘alarmante’.
O principal motivo, segundo o documento, é o elevado grau de ilegalidade na abertura de novas áreas, que no período representou 88% do total de desmates registrados pelo Inpe.
Conforme o reletório, do total mapeado em 2019, apenas 12% foi realizado em áreas com autorizações para desmate ou para supressão de vegetações válidas emitidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
Dos 88 municípios do estado com áreas desmatadas no Cerrado, apenas 19 tinham autorização para desmatar.