Começou às 8h desta quarta-feira (8) o trabalho das equipes da Vigilância Sanitária nas barreiras instaladas em quatro rodovias que dão acesso à Cuiabá, para aferir a temperatura corporal das pessoas que chegavam à cidade e realizar questionário junto àquelas que apresentavam sintomas da Covid-19. No início da manhã, o fluxo de veículos foi maior na rodovia estadual MT-251 (estrada para Chapada dos Guimarães) e também na BR-163/364 (saída para Rondonópolis). Somente nesta barreira sanitária, mais de 80 veículos, entre motocicletas, carros de passeio, vans, ônibus rodoviários e caminhões foram abordados. Até a manhã desta quarta-feira, não houve registro de condutores ou passageiros com febre e ninguém precisou ser encaminhado a unidade de saúde.
O diretor de Vigilância em Saúde de Cuiabá, Benedito Oscar Campos, explica que o objetivo das barreiras é orientar a população sobre os cuidados que devem tomar para evitar o contágio pelo novo coronavírus e também encaminhar aqueles que apresentarem sintomas da Covid-19 para a unidade de saúde mais próxima, para que seja feito o procedimento adequado, como atendimento médico e realização de exames.
“O intuito é detectar pessoas no início dos sintomas de Covid-19, para que sejam precocemente encaminhadas às unidades de saúde e, assim, evitar um agravamento dos sintomas, para que as pessoas não cheguem a precisar de uma internação, de uma UTI”, afirma Campos.
Conforme o diretor, a recepção das pessoas que foram abordadas nas barreiras foi positiva. “As pessoas estão demonstrando preocupação realmente e é muito boa essa orientação antes de chegar ao nosso município, para que as pessoas se conscientizem que a questão é séria e que esse vírus está realmente afetando e muito todo o estado de Mato Grosso, principalmente Cuiabá, que é a capital, é onde reside a maior parte da população do estado”, acrescenta Benedito Oscar.
Para o vaqueiro Gracilino Xavier, uma das pessoas atendidas na barreira sanitária, a medida adotada pela Prefeitura de Cuiabá foi aprovada. “Eu soube ontem desse serviço e, da minha parte, estou achando bom porque, às vezes, a gente mesmo não sabe pelo que está passando”, disse.
Além da aferição de temperatura e questionário junto aos condutores e passageiros, a equipe da Vigilância Sanitária também está fazendo a desinfecção dos pneus dos veículos com cloreto de benzalcônio, comumente utilizado na fabricação de detergentes, desengordurantes, com ação germicida e antisséptica. “É uma medida muito adotada nas barreiras fitossanitárias, na questão animal. E neste momento, nós estamos trabalhando isso também na questão da Covid-19”, explica o diretor da Vigilância em Saúde de Cuiabá.
As barreiras sanitárias ocorrerão na rodovia federal BR-163/363/070 (saída para Rondonópolis), na MT-040 (estrada para Santo Antônio do Leverger), na Rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251, estrada para Chapada dos Guimarães) e na Rodovia Helder Cândia (MT-010, que liga Cuiabá ao Norte do estado). As intervenções ocorrerão até o próximo dia 14, das 8h às 12h e das 13h às 17h.
Para o secretário municipal de Saúde, Luiz Antonio Pôssas de Carvalho, a realização das barreiras sanitárias demonstra o compromisso da gestão municipal em conter o avanço do novo coronavírus. “Desde o começo da pandemia a gestão Emanuel Pinheiro tem tomado uma série de medidas no sentido de minimizar o impacto da Covid-19 na vida dos cuiabanos. Neste momento, em que Cuiabá figura entre as cidades com risco muito alto de contaminação, estamos cumprindo a determinação do juiz José Luiz Leite Lindote, da 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública da Comarca de Várzea Grande que determinou a implantação de barreiras sanitárias com o objetivo de conter o avanço da infestação na capital. Importante ressaltar que a ação não tem um caráter punitivo, e sim de prevenção e orientação”, disse.
Após conclusos os trabalhos, haverá avaliação por parte do Comitê de Enfrentamento à Covid-19. “Vamos depender da avaliação com o um todo, inclusive do risco que está Cuiabá. Hoje está em grande risco, mas podemos baixar para outro patamar e aí não seria necessária a questão da barreira”, explica Divalmo Pereira Mendonça, gerente de Fiscalização da Vigilância Sanitária.