Há sete meses um garimpo ilegal atrai aventureiros e curiosos em busca de ouro na região de Aripuanã, a 976 km de Cuiabá. A situação já foi alvo de investigação da Polícia Federal em 2018 e reuniu autoridades, no entanto, a exploração continua sem qualquer tipo de controle.
Imagens divulgadas pela polícia mostram que a área está repleta de barracos improvisados, tendas, sacos com terra e maquinários pesados para escavação.
Na quinta-feira (20) um garimpeiro morreu depois de ser soterrado em um buraco de oito metros de profundidade.
A Polícia Civil de Aripuanã diz que o garimpo reúne cerca de 2 mil pessoas. Já a Prefeitura de Aripuanã calcula que são cerca de mil pessoas. A concentração de pessoas de fora da cidade provocou um aumento no fluxo do hospital da cidade, além de aumento no índice de crimes.
O prefeito de Aripuanã, Jonas Rodrigues da Silva (PR), diz que grande parte das pessoas foi atraída por fofocas.
“Muitos vieram e foram embora. Já chegou a ter 4 mil pessoas. Muita coisa não passa de especulação. Tem pessoas passando necessidade e poucos conseguem, de fato [achar ouro]. São aventureiros e muitos já perderam tudo investindo no local”, disse.
A invasão da propriedade, que é da União, começou em novembro de 2018. Desde então as autoridades, como Ministério Público Federal, governo estadual e federal, tentaram soluções e fizeram diversas reuniões.
As autoridades debateram, inclusive, os danos ambientais causados na área. À época o então Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) determinou que os invasores deixassem o garimpo.
A instalação de uma mineradora na cidade também causou impactos em Aripuanã.
“O fluxo no hospital aumentou 30%, tanto pelo garimpo quanto pela empresa. Mas a situação deles [garimpeiros] é insalubre. Não temos mais casas para alugar e, as que existem, estão com preços altos”, completou o prefeito.
Aripuanã também tem outro problema: a cadeia pública da cidade foi fechada em maio deste ano. Trinta e nove detentos que estavam na cadeia foram transferidos após a decisão do governo do estado de fechar a unidade para não cumprir uma decisão judicial e contratar servidores.
A Polícia Civil de Aripuanã diz que os dois fatores – movimentação de pessoas no garimpo e o fechamento da cadeia – provocaram um aumento no índice de homicídios, furtos, roubos, casos de Maria da Penha dentre outros.
O prefeito desconhece que a criminalidade tenha aumentado por causa disso. Ele fiz que, como prefeito, não tem como tomar nenhuma medida sobre o garimpo.
“Todos [as autoridades] já sabem dessa situação da invasão. Eu acho que deveria regularizar e manter os pequenos mineradores, porque isso ajuda muito na geração de emprego e estabilidade financeira do município”, comentou.