As agroindústrias do estado esperam que as vendas de produtos voltem a ser feitas, caso contrário, muita mercadoria será perdida nos estoques. No caso da cadeia leiteira, isso pode afetar o produtor.
Nos laticínios, as câmaras frias ficaram cheias de mercadorias durante a semana. Com as atividades paradas em muitos comércios que usam os derivados de leite, principalmente queijos, as indústrias venderam um volume bem menor de produtos.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindlat), Leonir Chaves, em Mato Grosso existem 40 laticínios, entre pequenas, medias e grandes empresas. Juntos, eles compram o leite produzio por mais de 35 mil produtores rurais.
“A maioria dos nossos clientes fecharam. Os distribuidores que não fecharam, não tem pra quem vender, já que os restaurantes, mercados, pizzarias e outros estabelecimentos estão fechados”, afirma.
Uma cooperativa em Araputanga, no noroeste do estado, reúne 900 criadores. Os estoques também ficaram cheios. A empresa recolhe diariamente 125 mil litros de leite e a produção não foi interrompida.
No campo, a lida com as vacas não parou.
Outra situação que comprometeu o campo foi a redução de caminhões nas estradas.
“Nos últimos dias os produtores passaram por momentos de apreensão, devido a incerteza da chegada dos produtos. Muitos produtores estão aplicando fungicida nas suas lavouras de milho e precisam do produto”, explica Lucas Costa, diretor da Aprosoja.
Em algumas regiões, como no leste do estado , os produtores ainda colhem a soja. Alem disso os insumos nas fazendas chegam de caminhão.
De acordo com o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea) a cotação média da soja, durante a semana, chegou a R$ 83 no estado.
Apesar do aumento nos preços do grão, o dólar acima de R$ 5 exige analise do produtor na hora de comprar os insumos para a próxima safra de soja.