Diagnosticado com uma desordem genética no nascimento, Pedro Rosa Santos, de 14 anos, vem ganhando grande visibilidade nas redes sociais por seus desenhos feitos no computador. Ele possui a chamada Síndrome de Charge.
Sempre fascinado pelo universo digital, Pedro foi presenteado com um computador pela mãe e aos poucos revelou um dom em reproduzir desenhos em uma das ferramentas mais simples do sistema, o paint, o que surpreendeu a todos, inclusive a mãe dele, Sybelle Rosa.
Crises de comportamento, comunicação comprometida, surdez severa e paralisia no olho esquerdo são algumas das características que dificultam a vida do adolescente que inicialmente não autorizava nem a mãe a salvar os desenhos.
“Ele desenhava e logo excluía. Não queria salvar. É algo que ele faz por prazer, mexe com o sentimento dele”, conta.
Apesar de falar poucas palavras, Pedro entende tudo o que acontece ao redor. Assim, aos poucos a mãe convenceu o filho sobre o valor da arte e ele começou a permitir que ela salvasse os arquivos. Isso possibilitou que ela compartilhasse os desenhos do filho com as pessoas próximas. E, com isso, ouvir a opinião de terceiros e se a boa avaliação não era apenas visão de mãe.
Foi quando o irmão de Sybelle, Walkyr Rosa, a incentivou a divulgar os desenhos. “Vendemos uma rifa no Natal para ajudar nas contas. Nela divulguei alguns desenhos, as pessoas viram e se interessaram”, explica a mãe orgulhosa.
O sucesso dos desenhos do Pedro ganhou proporções ainda maiores quando a mãe os compartilhou em grupos de Facebook. As postagens receberam mais de cinco mil curtidas.
Com a repercussão, inúmeros pedidos para que o artista fizesse representações de animais de estimação surgiram, como é o caso da advogada Carla Viviane Fernandes de Sousa, de Pouso Alegre (MG), que encomendou o desenho de seu falecido pitbull, Saddam.
“Pedi que ele fizesse do meu cão que morreu em 2016 e até hoje faz muita falta. O achei muito talentoso porque, além de fazer os desenhos em um programa difícil de manejar, ele capta o olhar do animal, o desenho tem muita sensibilidade”, conta Carla.
Pedro desenha no tempo dele. Sybelle incentiva os que querem uma obra a comprarem as que ele já fez, pois, se ele não quiser fazer, ela não pode obrigá-lo.
Embora não tenha noção da notoriedade dos seus desenhos, o garoto sabe que recebe pelas obras.
Segundo Sybelle, todo o dinheiro arrecadado com a venda das artes é destinado ao filho e, futuramente, deve ser usado na compra de um novo computador melhor.
Com esse intuito, a mãe prepara uma exposição das obras no aniversário dele, no dia 1º de fevereiro.
“Eu sou a fã número. Ele mexe no computador com tanta agilidade que supera até alguns adultos, além de fazer a arte com muito amor, dedicação e sentimento. Sempre peço para as pessoas ajudarem a compartilhar, pois é importante para as pessoas verem que meu filho é muito além da síndrome”, destaca a mãe.
* Sob a supervisão de Pollyana Araújo