Com a chegada dos técnicos estrangeiros no comando de equipes brasileiras e os questionamentos do aperfeiçoamento do curso oferecido pela CBF Academy, o técnico Emerson Matheus conta que na Europa a valorização do profissional de psicologia já ganha destaque nos cursos de treinadores. Matheus obteve Licença A da CBF e B da Uefa.
“A psicologia em Portugal caminha lado a lado com o trabalho de campo. E no curso da Uefa está no conteúdo, com provas teórica e prática. São dez questões para responder e, se não receber no mínimo nota sete, não passa”, conta.
Emerson trabalhou por cinco temporadas em Portugal e uma na Inglaterra. Ele exemplifica com uma questão discutida ali. “O melhor jogador da sua equipe tem 70% de condições clínicas para atuar na última partida de classificação. Ele quer jogar. Caso ele jogue e agrave a contusão dele, ficará fora da semifinal. Qual é a sua posição?”, questiona a prova.
Na prova prática, o treinador precisa passar por dois avaliadores e um sorteio que definirá um tema diferente a discutir. “Transição defensiva, ofensiva, contra-ataque, marcação individual e você tem 15 minutos para desenvolver seu treino. Aí passa por uma sabatina com questionamentos de qual dia faria aquele treino, porque escolheria aquele trabalho e, em cima do seu argumento, analisam a sua postura como treinador e com os jogadores”.
Aqui, é Emerson Matheus quem levanta algumas bolas para discussão. “Não sei o porquê alguns optaram por termologias com significados até desconhecidos para se sobressair, pegando muito as palavras ditas no exterior e trazendo para o Brasil para achar que somos atualizados. Nem o jogador às vezes entende”.