Em uma pesquisa comparativa sobre os preços de medicamentos disponíveis nos sites de seis drogarias, o Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP constatou que um mesmo produto pode custar 43,49% a mais em uma farmácia que em outra. Foi o caso do Citalor (atorvastatina cálcica), da Pfizer, de 10 mg, na embalagem de 30 comprimidos, indicado para o tratamento do colesterol: enquanto o preço em um site era R$ 90,59, em outro o mesmo item foi encontrado por R$ 129,99.
O levantamento foi feito nos dias 11, 12 e 13 de maio e incluiu a pesquisa e a comparação dos preços de medicamentos de referência nos sites da Drogaria São Paulo, Drogasil, Extrafarma, Droga Raia, Pague Menos e Ultrafarma. Foram coletados os valores que estavam anunciados no dia e horário de acesso à página, sem considerar descontos que poderiam ser aplicados em certas condições ou frete. Somente foram divulgados os preços dos medicamentos encontrados em, pelo menos, três sites.
O total de itens pesquisados foi 27, e em apenas três estabelecimentos foram encontrados 100% dos produtos. Uma drogaria tinha 89% dos medicamentos (24 itens), e outras duas tinham 23 dos medicamentos procurados, ou seja, 85%.
A maior variação foi a do Citalor (Pfizer), cujo preço médio calculado foi de R$ 101,67, e diferença absoluta entre o valor mais alto e o mais baixo de R$ 39,40.
A segunda maior diferença de preço encontrada pelo Procon-SP foi no Tylenol (paracetamol) 200mg/ml, do laboratório Janssen/Cilag, em gotas, com 15 ml. No site mais barato, ele estava sendo vendido por R$ 22,75, enquanto no mais caro o valor era R$ 32,40: 42,42% a mais.
Em terceiro lugar, ficou o Nisulid (nimesulida), do Aché, de 100 mg, embalagem com 12 comprimidos. A diferença de preço foi de 39,91%, pois ele custava, na época da coleta dos dados, R$ 62,65 no site da drogaria mais cara e R$ 44,78 no que apresentou melhor preço.
A partir do total de itens comparados, o Procon-SP informa que os locais que apresentaram a maior quantidade de medicamentos com menor preço foram a Drogaria São Paulo e a Pague Menos. As variações de preço, segundo o órgão, podem ocorrer em razão dos descontos concedidos pelos estabelecimentos, que variam de acordo com critérios livremente estabelecidos pelos fornecedores.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não permite que as farmácias e drogarias cobrem preços acima do que é estipulado na PMC (lista de preços máximos) da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos). Essa lista está disponível no site da Anvisa para consulta dos consumidores, e é atualizada mensalmente.
Na comparação com pesquisas anteriores, realizadas em 2021 e 2022, dos 26 medicamentos comuns aos levantamentos, constatou-se uma variação positiva de 13,30% no preço médio. No mesmo período, o IPCA, índice de inflação medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apresentou variação de 12,48%.
Os medicamentos controlados, como aqueles que apresentam uma tarja preta na embalagem, antibióticos e alguns outros definidos pela Anvisa, não podem ser vendidos sem apresentação e retenção da receita médica original. Assim, os sites podem oferecer o remédio, informar o seu preço, mas não podem fornecê-los sem a prévia apresentação e devida retenção da receita.