As federações que representam os trabalhadores da Petrobras não chegaram a um consenso sobre o futuro da greve dos petroleiros, que completou nove dias nesta terça-feira (23). Enquanto a Federação Única dos Petroleiros (FUP) encaminhou o encerramento do movimento, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) decidiu manter a paralisação.
A FUP, que reúne cerca de 105,4 mil empregados da estatal, informou que seu conselho deliberativo aprovou a aceitação da contraproposta apresentada pela Petrobras no domingo (21), além da suspensão da greve. A entidade avalia que o movimento resultou em avanços relevantes nas negociações.
Entre os pontos destacados estão a garantia de ausência de punições aos grevistas, o abono de 50% dos dias parados e o desconto do período restante sem reflexos salariais, com possibilidade de compensação via banco de horas. A FUP também aponta reajustes em benefícios como vales alimentação e refeição, criação de auxílio alimentação mensal, mudanças no custeio de transporte e melhorias no plano de saúde.
Segundo a federação, as unidades que aderiram à greve permanecem paralisadas até a realização das assembleias locais, conforme o calendário de cada sindicato. Em São José dos Campos (SP), trabalhadores da Refinaria Henrique Lage aprovaram, por ampla maioria, a suspensão do movimento.
Pela continuidade
A FNP, que representa aproximadamente 26 mil trabalhadores de quatro sindicatos, considera que as propostas apresentadas não atendem plenamente às reivindicações da categoria. Em plenária realizada nesta terça-feira, a entidade decidiu manter a greve.
De acordo com o secretário-geral da federação, Eduardo Henrique Soares da Costa, uma nova rodada de assembleias está prevista para ocorrer após o dia 26. A FNP reforça que as decisões tomadas pelos trabalhadores em assembleia devem prevalecer.
Principais reivindicações
Durante o movimento, a paralisação chegou a alcançar refinarias, plataformas marítimas, terminais operacionais, termelétricas, usinas de biodiesel e instalações terrestres em diferentes regiões do país.
Entre as demandas centrais estão melhorias no plano de cargos e salários, soluções para os déficits do fundo de pensão Petros e a defesa da manutenção da Petrobras como empresa pública, com foco no fortalecimento da estatal.
Sobre o Petros, a direção da companhia informou que o tema exige um processo mais longo, estimado em até oito meses, conforme comunicado encaminhado aos sindicatos.
Posição da empresa
Em nota, a Petrobras confirmou que apresentou ajustes na proposta de acordo coletivo, afirmando que as medidas contemplam avanços nas principais demandas sindicais e demonstram disposição para o diálogo.
A estatal assegurou que a greve não provocou impactos na produção nem no abastecimento do mercado, que segue operando normalmente. Segundo a empresa, equipes de contingência foram acionadas quando necessário, e o diálogo com as entidades representativas permanece aberto.





















