O sonho de viajar pelo mundo e ter um gasto menor virou realidade com a chegada das chamadas fintechs, startups do mercado financeiro. A novidade da vez envolve a abertura de uma conta internacional para driblar a compra das moedas na cotação de turismo, sempre negociadas por uma cotação mais alta do que o taxa de câmbio comercial.
Oferecidas por instituições como os bancos BS2 e C6 e as fintechs Nomad e Avenue, as contas internacionais garantem um cartão de crédito aceito universalmente e permitem que os viajantes façam transações instantaneamente pelo celular com uma parcela menor de IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras).
Na prática, a compra de um dólar pela cotação comercial, ao invés da taxa cobrada para turistas, garante uma economia de até 10%. Na última sexta-feira (3), quando a moeda norte-americana aparecia cotada a R$ 4,80, a cotação mais baixa encontrada para adquirir uma nota de dólar nas casas de câmbio era de, no mínimo, R$ 5,03. Já para a compra em cartão pré-pago, o valor era superava os R$ 5,30.
“Com um cartão de crédito de um banco brasileiro gasta-se entre 4% e 7% de taxa de serviço, além de você pagar 6,38% de IOF. Já com o cartão internacional, esse spread sobre o dólar comercial é de, no máximo, 2% e o IOF é de apenas 1,1%”, explica Fernando Cesário, diretor de banking da Nomad.
Para Carlos Eduardo de Andrade Jr., diretor-executivo do BS2, a “solução” proposta pelas instituições financeiras permite fixar a taxa de câmbio em um nível desejado e pagar apenas 1,1% de IOF, a mesma taxa cobrada pela compra do papel moeda, mas com a segurança de não precisar guardar as cédulas ao longo de toda a viagem.
“O mais importante é que você pode converter reais para dólar 24 horas por dia, sete dias por semana. Se você tiver uma emergência qualquer no exterior e precisar de mais dinheiro, basta fazer um Pix para o aplicativo e o dinheiro fica disponível”, explica Andrade.
A alternativa de abrir uma conta estrangeira também aparece como opção para os brasileiros que fazem compras internacionais em sites como Amazon e EBay, além daqueles que recebem salários em moedas que não sejam o real.
Apesar da isenção de tarifa oferecida para a abertura e manutenção das contas correntes internacionais, é recomendável que os clientes conheçam as taxas cobradas por cada transferência para o exterior e para um eventual saque em espécie fora do Brasil.
“Antes, a única forma de ter uma conta no exterior era você ser super-rico e ser atendido pelo private banking dos bancos para ter esse vínculo ou você entrava em uma agência nos Estados Unidos e abria a conta. O problema é que essas contas todas costumam cobrar entre US$ 20 e US$ 35 por mês de manutenção. É muito caro”, pondera Andrade, do BS2.