Aprendemos com os erros e a neurociência pode comprovar

Fonte: Fabiano de Abreu

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Cometer erros é uma atitude comum a todos os seres humanos e, nesse contexto, desenvolvemos diversos aprendizados filosóficos sobre a importância de aprender com os erros. Porém, a neurociência pôde ir mais além e determinou que há um aparato neurobiológico destinado à avaliação e armazenamento dos erros. Somos semânticos, imagine que o universo e tudo o que está contido nele, sejam apenas as mesmas coisas em situações diferentes. O que seria óbvio se analisarmos que toda matéria são átomos e que, quando alterados os constituintes básicos, teremos o respectivo resultado.

Um estudo determinou que esses ‘neurônios dos erros’ estariam localizados no córtex cingulado anterior e na área motora suplementar, ambos na região frontal, conhecida entre outras funções pela avaliação de riscos, por exemplo. Esses neurônios de erro ou retificadores são ativados quando cometemos um erro e os corrige rapidamente.

A função desempenhada por tais neurônios possibilita um automonitoramento sem um feedback explícito, que se manifesta através de ajustes de comportamento. Uma assinatura específica de ondas cerebrais, chamada ERN ou negatividade relacionada ao erro, é detectável no cérebro imediatamente após o erro. Quanto maior o ERN para um determinado erro, mais os neurônios de erro disparam. Se a assinatura ERN em todo o cérebro não for visível ou for baixa, o sujeito pode reconhecer que cometeu um erro, mas estará relutante em mudar seu comportamento.

Além disso, a ideia de que ‘aprendemos com os erros’ sugere que joguinhos que estimulem a neuroplasticidade podem ter efeitos positivos sobre o funcionamento cerebral. Aqueles joguinhos de letras e cores onde o texto e a cor são iguais, em outros casos, a palavra e cor diferentes, podem ser uma boa ginástica para o desempenho desses neurônios.

Uma maior compreensão sobre esse modo de funcionamento cerebral pode ajudar a desenvolver tratamentos para transtornos como o TOC, transtorno obsessivo compulsivo, que se caracteriza por uma tentativa constante de correção de erros percebidos. Aprendemos com os erros. Portanto, não se penalize tanto com os seus erros, aprenda com eles e aperfeiçoe-se.

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Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associações e sociedade de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.