Mais um episódio de incêndio, desta vez no Parque Nacional de Brasília, próximo à área urbana da capital federal, intensificou a linha de investigação que aponta origem criminosa em focos de incêndios que têm atingido o País. Durante a manhã e a tarde do domingo (15), quando o incêndio começou, aviões se revezavam no combate ao fogo, despejando água sobre a área, enquanto brigadistas realizavam ações em solo. O trabalho de controle do incêndio se mantém nesta segunda.
Após sobrevoar a área atingida pelo incêndio, na companhia da primeira-dama Janja, ainda no domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou reunião para esta segunda-feira com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o núcleo de governo, para discutir ações sobre os incêndios e emergência climática.
Também nesta segunda, o Instituto Chico Mendes (ICMBio), o Corpo de Bombeiros Militares do Distrito Federal (CBMDF) e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) convocaram entrevista coletiva para comunicar as principais informações sobre o incêndio que atinge o Parque Nacional e as demais ações empreendidas em todo o território nacional.
Já a Polícia Federal anunciou a abertura de inquérito para investigar a origem do incêndio no Parque Nacional. O próprio presidente Lula destacou que a Polícia Federal tem mais de 50 inquéritos abertos contra responsáveis por incêndios. Em outra frente, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, determinou que verbas extraordinárias para o combate aos incêndios não sejam enquadradas no limite de gastos da União.
O presidente do ICMBio, Mauro Oliveira Pires, afirmou que a origem desse incêndio em Brasília é criminosa. “As áreas [de proteção] têm sido objeto de uma ação que é criminosa”, disse Pires, em entrevista à imprensa. Segundo ele, o fogo deste domingo no Parque Nacional teve início nas proximidades da Granja do Torto e rapidamente se alastrou para dentro do parque em razão do clima quente e seco. “Fica muito evidente que teve intencionalidade”, completou.
No sábado, a ministra Marina Silva voltou a afirmar que há indícios de fogo proposital na origem das queimadas e classificou o quadro como “terrorismo ambiental”, deixando entrever que haveria ação coordenada para gerar uma crise.
A estimativa é que o fogo do domingo tenha atingido pelo menos 1,2 mil hectares da mata do Parque Nacional. Trinta e cinco brigadistas do Instituto Chico Mendes e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal trabalharam no combate ao fogo.
“O Governo Federal está atuando junto com o Corpo de Bombeiros do DF para ajudar no combate às chamas”, publicou o presidente Lula em rede social após sobrevoar o parque.
Nesta segunda-feira, parte das chamas no Parque Nacional de Brasil havia sido controlada, mas as equipes continuavam trabalhando para extinguir o fogo. Várias regiões do Distrito Federal ficaram cobertas por fumaça e escolas próximas ao Parque Nacional suspenderam as aulas nesta segunda-feira.