A Comissão de Educação (CE) aprovou nesta quinta-feira (1º) projeto que cria no Brasil a Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão. Já aprovado na Câmara dos Deputados e na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o projeto (PL 2/2020) segue agora para análise do Plenário.
Pelo PL 2/2020, a Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão ocorrerá sempre na semana que cair o dia 10 de outubro. Nesse período, todos os anos, deverão ocorrer palestras e eventos abrangendo todos os aspectos da depressão. O projeto também prevê um estímulo à implementação de políticas públicas no enfrentamento da doença e divulgação sobre avanços obtidos no tratamento e formas de acesso a serviços de saúde mental.
A relatora foi Zenaide Maia (Pros-RN), que falando também como médica, abordou o impacto social crescente que a depressão tem causado. Dados do Ministério da Saúde apontam que 11,3% da população brasileira apresentaram diagnóstico depressivo desde o começo da pandemia.
— Por que a depressão é tão grave? Porque o comando do corpo é a cabeça. Se está doente o comando, por depressão, é claro que o resto vai ser pior. A OMS [Organização Mundial de Saúde] indica que, até 2030, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas que qualquer outro problema. A depressão será também a doença que mais gerará custos econômicos e sociais aos governos, devido aos gastos despendidos com o tratamento da população e as perdas de produção. E as nações pobres serão as mais atingidas, já que nesses países são registrados mais casos de depressão que nos países desenvolvidos — alertou Zenaide.
A senadora concluiu que é preciso a convergência de forças do Estado, de instituições e profissionais de saúde, além da sociedade como um todo, para o enfrentamento da doença.
A senadora Leila Barros (PDT-DF) também defendeu a criação da Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão.
— Os casos de depressão aumentaram muito com a pandemia. As sequelas da pandemia sabemos que são econômicas, sociais e, com certeza, emocionais. Com esse número de pessoas hoje acometidas por depressão, certamente precisamos realmente fazer um trabalho em conjunto. Aprovar o projeto vem num momento muito importante, justamente por causa da pandemia e todo o quadro de sequelas emocionais, econômicas e sociais que a gente vive — concluiu a senadora.