O Senado Federal abriu nesta terça-feira (25) a exposição ‘Mulheres na Redemocratização’, que marca o início de uma série de atividades em homenagem a 36 profissionais e seis parlamentares que contribuíram, há 40 anos, para a liberdade no pós-ditadura militar.
Dentre as homenageadas está a jornalista Mara Régia di Perna, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), reconhecida por sua carreira de mais de quatro décadas no rádio e por conduzir o programa Viva Maria na Rádio Nacional de Brasília, mobilizando ouvintes com pautas cidadãs durante a redemocratização.
A exposição ocorre na galeria Ivandro Cunha Lima, no Senado, e também pode ser visitada virtualmente na página oficial da instituição. Segundo as organizadoras, mulheres anteriormente invisibilizadas desempenharam papel crucial na formulação da Constituição de 1988.
Mobilização e legado
Durante a inauguração, Mara Régia relembrou a entrega da carta da sufragista Carmen Portilho ao então presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, destacando que mobilizaram a população em momentos decisivos de votação. A jornalista ressaltou a importância de incluir na Constituição a igualdade de direitos entre homens e mulheres.
“A palavra é o que fica, a nossa ação, a transformação e a vida em comum”, afirmou. A iniciativa é promovida pela Rede Equidade e pelo Comitê Permanente de Gênero e Raça do Senado Federal.
Reconhecimento do protagonismo feminino
Maria Terezinha Nunes, coordenadora da Rede Equidade, afirmou que a exposição visa revelar o protagonismo feminino durante períodos de profundas mudanças, destacando o legado de coragem e resistência dessas mulheres.
Além da mostra, estão previstos um documentário e um seminário no dia 9 de dezembro, das 8h30 às 18h, no auditório Antonio Carlos Magalhães. O evento integra os 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e reunirá pioneiras de movimentos de resistência.
O seminário contará com três painéis: um sobre a atuação das mulheres durante a ditadura, outro sobre lutas no campo e nas florestas, e o último abordando experiências institucionais para o fortalecimento da democracia com equidade de gênero e raça.
