Autor do livro Máfia Verde: o Ambientalismo a Serviço do Governo Mundial, o jornalista Lorenzo Carrasco deverá ser ouvido na primeira reunião da CPI das ONGs do segundo semestre, agendada para terça-feira (1º), às 11h. O autor do requerimento de oitiva, senador Marcio Bittar (União-AC), justificou que, ao esclarecer a forma de atuação de ONGs e organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips), o livro de Carrasco relata como essas organizações “atuam internamente nos países para promover uma agenda de atores externos que são contrárias ao interesse nacional”.
Os membros da CPI também ouvirão a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP), convidada para prestar informações sobre a atuação de ONGs e Oscips na região amazônica. O convite atende a requerimento do senador Plínio Valério (PSDB-AM), presidente da comissão de inquérito. A justificação do requerimento menciona o “conturbado processo de demarcação” do território da nação Waiãpi, no Amapá, que considera “alvo constante de conflitos motivados por interesses externos”. Silvia Waiãpi já foi ouvida pela CPI em 27 de junho, quando denunciou a influência de governos europeus e organismos multilaterais na exploração dos indígenas.
Dinheiro público
Instalada em junho, a comissão tem 130 dias para investigar atividades de organizações não-governamentais financiadas com dinheiro público na região da Amazônia. A CPI das ONGs já realizou quatro reuniões, sendo três oitivas. Entre outras denúncias, os senadores ouviram relatos de falta de transparência no trabalho das ONGs e de exploração de indígenas na colheita de sementes usadas na indústria de cosméticos. A comissão também ouviu o ex-deputado federal e ex-ministro Aldo Rebelo, que criticou a atuação das ONGs na Amazônia.
Com a retomada dos trabalhos legislativos, a comissão planeja ouvir representantes de organizações não-governamentais, antropólogos, pesquisadores, integrantes do governo e ex-ministros. O colegiado já aprovou 96 requerimentos, incluindo as convocações da presidente do Conselho Diretor da ONG Instituto Socioambiental, Déborah de Magalhães Lins, e do presidente da Natura, João Paulo Brotto Gonçalves Pereira.