Antifacção avança no Senado com aprovação unânime na CCJ

A CCJ do Senado aprovou o PL Antifacção, que endurece punições e cria nova fonte de financiamento para a segurança pública. A proposta segue para votação em plenário.

Fonte: CenárioMT

Antifacção avança no Senado com aprovação unânime na CCJ
Antifacção avança no Senado com aprovação unânime na CCJ - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Comissão de Constituição e Justiça aprovou por unanimidade o PL Antifacção, que amplia penas para integrantes de facções e milícias, limita a progressão de regime e cria a Cide-Bet para reforçar o orçamento da segurança pública.

O projeto segue ao plenário em regime de urgência e, se confirmado, retorna à Câmara para nova análise. O relator, senador Alessandro Vieira, projeta arrecadação anual de R$ 30 bilhões com o novo tributo, que será destinado ao combate ao crime organizado.

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Vieira destacou que o texto consolida um conjunto de medidas para endurecer a punição e fortalecer a investigação, além de criar mecanismos de financiamento permanentes. O parecer recebeu apoio de governistas e oposição, diferentemente do que ocorreu na Câmara, onde o texto anterior foi alvo de críticas.

O projeto foi enviado ao Congresso após a operação policial no Rio de Janeiro que resultou em 122 mortes, entre elas cinco agentes de segurança. O relator acolheu parcialmente 49 novas emendas, além das que já havia incorporado.

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Distribuição dos recursos

O texto prevê que 60% da arrecadação da Cide-Bet será destinada aos estados e ao Distrito Federal, com uso exclusivo em ações contra o crime organizado e expansão do sistema prisional. Vieira rejeitou proposta que reservava 10% dos recursos à Polícia Federal, argumentando que poderia estimular disputas institucionais.

Segundo ele, o montante estimado elimina a insegurança sobre o financiamento da segurança pública em nível nacional.

Comitê Gestor do FNSP

O parecer inclui representantes do Ministério Público e do Judiciário no Comitê Gestor do Fundo Nacional de Segurança Pública, garantindo composição paritária entre União e estados.

Penas mais duras

O relator estabelece penas entre 15 e 30 anos para integrantes de facções, mantendo a possibilidade de acumulação de crimes que pode levar a condenações de até 120 anos. Lideranças deverão cumprir até 85% da pena em regime fechado.

Debate

Senadores elogiaram o relatório e criticaram fragilidades do texto da Câmara. Governistas citaram o compromisso do Executivo no enfrentamento ao crime organizado, enquanto oposicionistas reconheceram avanços no novo parecer.

Ajustes ao texto da Câmara

O substitutivo derruba a criação de uma categoria autônoma para “organizações criminosas ultraviolentas”. O crime de facção criminosa passa a integrar a Lei de Organizações Criminosas, com definição baseada em controle territorial e violência.

Milícias equiparadas a facções

O texto equipara milícias privadas a facções criminosas e aumenta penas para crimes como homicídio, lesão, roubo, extorsão e estelionato quando praticados por seus integrantes.

Tribunal do júri

Foi mantida a competência do tribunal do júri para crimes contra a vida cometidos por membros de facções, com previsão de mecanismos adicionais de proteção aos jurados. O relatório também removeu trechos que restringiam direitos constitucionais, como auxílio-reclusão e voto.

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada. Envie sua sugestão para o e-mail [email protected]