O governo Bolsonaro tem pressa e espera aprovar, até a próxima semana, a PEC das Eleições, que cria várias bondades eleitorais, como o aumento do Auxílio Brasil.
Os aliados do presidente avaliam, porém, que o aumento do benefício, de R$ 400 para R$ 600, pode ter vindo tarde demais e não teria o impacto desejado pelo Palácio do Planalto no eleitorado.
Um aliado de Bolsonaro lembrou ao blog que líderes do Centrão defendiam esse valor, de R$ 600, desde o início do ano para garantir uma recuperação consistente do presidente nas pesquisas de intenção de voto.
“Se o governo tivesse concordado, já estaríamos pagando o novo valor desde fevereiro. Agora, vai começar em agosto, pode ter vindo tarde demais”, reclama esse aliado.
Na época, a equipe econômica e o próprio presidente Jair Bolsonaro não concordaram com a proposta do Centrão. A justificativa era que a economia estava se recuperando, o presidente estava subindo nas pesquisas e o gasto maior com o programa social iria gerar incertezas sobre as contas públicas e fazer o dólar subir, causando mais inflação.
Só que o presidente parou de crescer nas pesquisas, a inflação se manteve elevada, corroendo o poder de compra do Auxílio Brasil de R$ 400, levando o Palácio do Planalto e a equipe econômica a mudarem de opinião.
Bolsonaro queria começar a pagar o novo valor já em julho, mas tudo indica que ficará para agosto.
Os aliados lembram ainda que, durante o pagamento do Auxílio Emergencial, o impacto na imagem do presidente demorou alguns meses e só teve o reflexo mais positivo oito meses depois. E, na época, o benefício atingia mais de 60 milhões de pessoas, bem acima do público do Auxílio Brasil, e pagava em média R$ 900.