Apesar de ser bastante comum, a fimose ainda traz problemas para muitos homens que poderiam ser evitados com o simples acompanhamento adequado com o urologista. De fato, dados da Sociedade Brasileira de Urologia em parceria com o Ministério da Saúde mostram que mesmo com um aumento da presença do público masculino nos consultórios, eles ainda são menos cuidadosos com a saúde do que as mulheres. Como explicam os urologistas especialistas em cirurgia robótica, Rodrigo Lima e Frederico Xavier, membros da Singulari Medical Team, nem todo caso demanda cirurgia, mas é fundamental procurar um médico especialista nos primeiros sinais de inflamação.
Fimose e o desenvolvimento masculino
De fato, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) estima que 97% dos meninos nascem com a fimose. Contudo, na medida em que o corpo masculino se desenvolve a proporção cai. Segundo a entidade, a prevalência cai para 10% na faixa etária dos três anos de idade e para 3% na adolescência.
Ainda assim, existem casos em que o excesso de pele pode ser um problema ainda na fase adulta e por isso é necessário estar atento aos sinais. “Pacientes com inflamações crônicas na pele que recobre o pênis, chamada de prepúcio, e na glande, devem procurar avaliação do urologista. Na maioria das vezes, esses processos, conhecidos como balanopostites, são causados por infecções fúngicas e precisam de tratamento adequado. As balanopostites podem causar principalmente vermelhidão, feridas, coceira e acúmulo de secreção”, pontua Rodrigo Lima.
Nem sempre é preciso operar
A falta de informação é um dos fatores que contribui para a menor presença dos homens no consultório e também está associada a uma parcela de medo de procedimentos cirúrgicos na região genital. Contudo, o urologista Frederico Xavier destaca que nem todos os casos demanda essa abordagem. “Normalmente, o tratamento baseia-se no uso de pomadas, eventualmente medicamentos orais para fungos ou antibióticos e cuidados locais com higiene”, tranquiliza.
Para todos os efeitos, quando a fimose oferece riscos maiores à saúde do homem pode ser necessário tratamento cirúrgico. Mesmo assim, o especialista explica que o procedimento é simples, sem necessidade de internação, e que a recuperação é rápida.
“A cirurgia, conhecida como postectomia, retira o excesso de pele do prepúcio, mantendo a glande exposta. É um procedimento realizado de modo ambulatorial, com anestesia local e sedação para maior conforto do paciente, com alta após o procedimento. O paciente deverá manter um repouso de 7 a 10 dias, sem trabalhar, evitando dirigir, utilizando os medicamentos e gelo local nos primeiros dias. Após esse período, pode voltar às suas atividades habituais. Já a prática de exercícios físicos e relação sexual são liberados em torno de 30 dias de pós-operatório”, afirma Frederico.
Ainda com relação ao medo que cerca intervenções cirúrgicas em geral, mas em especial uma realizada na região genital masculina, o urologista Rodrigo Lima reforça que o perigo de imprevistos é extremamente baixo e está mais relacionado à observação das recomendações médicas por parte dos pacientes.
“Como em qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos baixíssimos relacionados tanto à cirurgia como ao procedimento anestésico. Os riscos da cirurgia em si são relacionados ao sangramento e à infecção na área operada, mas raramente ocorrem. O paciente deve sempre seguir as orientações pós-operatórias do seu médico, reduzindo assim a ocorrência de complicações”, completa.