Uma equipe formada por membros da Embrapa Territorial e da Embrapa Gado de Leite promoveu workshops do Projeto Pró-Orgânico+ nas cidades de Ribeirão Preto (SP), entre 12 e 14 de novembro, e Pavão (MG), de 19 a 21 de novembro. As atividades tiveram como objetivo testar a usabilidade da ferramenta desenvolvida na primeira etapa do projeto e identificar possíveis necessidades e dificuldades no preenchimento dos formulários digitais. Participaram dos escritórios produtores orgânicos, técnicos e representantes locais ligados à produção agropecuária orgânica.
Em Ribeirão Preto, um escritório conta com a participação dos produtores da Cooperativa Orgânica Agroflorestal Comuna da Terra, parceira no projeto anterior. Em Pavão, os participantes fizeram parte da Organização de Controle Social (OCS) Durval Barbosa Vive e da OCS Terra Viva Ecológica.
Líder do projeto, a pesquisadora da Embrapa Territorial Gisele Vilela explica que os escritórios foram estruturados para reunir participantes representativos da cadeia produtiva, diversificando gênero, faixa etária e nível de escolaridade, de forma a garantir que diferentes realidades fossem contempladas. A metodologia adotada combina previsões práticas, simulações de uso e registros audiovisuais para acompanhar a interação dos participantes com a ferramenta. As citações serão utilizadas exclusivamente para análise técnica, permitindo ajustes na clareza, usabilidade e funcionalidade dos formulários, contribuindo para o aprimoramento da solução.
A primeira etapa do Pró-Orgânico resultou no desenvolvimento de formulários digitais para registro das informações solicitadas no processo de avaliação da conformidade orgânica, complementando as versões usadas anteriormente em papel. Esses produtos formaram a técnica base utilizada agora na segunda etapa para testar a usabilidade da ferramenta e orientar as configurações necessárias.
A analista da Embrapa Gado de Leite Vanessa Maia, responsável pela aplicação da metodologia nos escritórios, também acompanhou o processo. Segundo Maia, a ideia era organizar uma dinâmica de forma para permitir que os participantes realizassem tarefas práticas dentro do aplicativo, verbalizando suas dúvidas e julgamentos enquanto navegavam. “Esse processo evidenciou padrões relevantes, como a forte dependência de pistas visuais explícitas, a leitura fragmentada e seletiva, dificuldades com rótulos, o uso recorrente de estratégias de tentativa e erro e a preferência por caminhos na interface”, afirmou. Ela acredita que esses comportamentos reforçam a importância de desenvolver uma ferramenta junto com os próprios usuários, garantindo que ela também atenda quem tem menor familiaridade com tecnologia ou menor nível de letramento.
Para Vilela, a expectativa é que o trabalho resulte em uma solução que seja fácil de ser utilizada e amplamente utilizada. “Nosso objetivo é entregar, ao final do Pró-Orgânico+, uma ferramenta simples, eficiente e totalmente homologada às necessidades reais dos usuários, fortalecendo a gestão da informação na produção orgânica”, resumiu.
Os próximos passos do projeto incluem novas oficinas previstas para 2026, que serão realizadas no Paraná e no Rio Grande do Sul, ampliando a validação da plataforma em diferentes contextos regionais. A partir dos resultados consolidados, a equipe pretende finalizar os aprimoramentos, disponibilizando uma ferramenta para difusão mais ampla nos anos seguintes.
Além de Vilela e Maia, integraram a equipe da Embrapa a pesquisadora Cristina Criscuolo, a analista Vera Viana Brandão e a técnica Suzilei Carneiro, da Embrapa Territorial.

















