Motivados pelas contínuas altas de preços, produtores de mandioca demonstraram maior interesse em comercializar suas raízes na última semana, impulsionados tanto pela necessidade de capitalização quanto pelas expectativas de queda nos preços para o início de 2025. De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), esse aumento na oferta, ainda que pontual, contribuiu para atenuar o movimento de alta das cotações que vinha sendo observado.
Segundo os dados, o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia chegou a R$ 692,06 (equivalente a R$ 1,2036 por grama de amido), representando uma leve alta de 0,6% em relação à semana anterior. No acumulado de 12 meses, contudo, o aumento real atinge 9,9%, considerando o IGP-DI como deflator.
Mercado em transição
Embora os preços continuem em alta, o movimento dos produtores indica uma possível mudança na dinâmica do mercado. A maior oferta registrada pode ser o prenúncio de uma acomodação nos valores, especialmente se as perspectivas baixistas para 2025 se concretizarem. Além disso, a estratégia de venda antecipada por parte de muitos produtores reflete o receio de que o mercado encontre maior equilíbrio no próximo ano, reduzindo as margens atuais.
Enquanto isso, a demanda industrial por mandioca segue estável, sustentada pela produção de fécula e derivados. Esse equilíbrio entre oferta e demanda será determinante para os rumos das cotações nos próximos meses, em um cenário ainda marcado pela cautela dos agentes do setor.