Ao longo de maio, os preços internos do algodão em pluma registraram uma queda significativa, atingindo a menor média mensal em quase quatro anos. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), além das quedas observadas no mercado externo, a pressão sobre os preços veio da maior flexibilidade dos vendedores domésticos, que buscaram liquidar o saldo remanescente da temporada 2022/23.
Os vendedores adotaram uma postura mais flexível, visando escoar o estoque restante da temporada, o que contribuiu para a queda dos preços. Por outro lado, as indústrias mantiveram aquisições pontuais, devido à demanda restrita por produtos manufaturados e à dificuldade em obter pluma de qualidade desejada.
Com a aproximação de uma safra recorde, os agentes do mercado esperam novas baixas nos preços do algodão em pluma. Esta expectativa de aumento na oferta exerce uma pressão adicional sobre os preços atuais.
Em maio, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em oito dias, registrou uma média de R$ 3,8568 por libra-peso (lp), a menor desde julho de 2020, quando a média foi de R$ 3,8063/lp. Este valor é 3,29% inferior ao de abril de 2024 e 2,38% menor do que o de março de 2023, em termos reais, considerando o deflacionamento pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de abril de 2024.
A queda nos preços do algodão em pluma reflete a dinâmica atual do mercado, influenciada tanto por fatores externos quanto internos. Com a chegada de uma safra recorde, as expectativas são de que os preços possam continuar em queda, trazendo novos desafios para produtores e vendedores no mercado brasileiro.