Com tecnologias de produção sustentável, o Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, chamado de ABC+, tem a meta de reduzir a emissão de carbono equivalente em 1,1 bilhão de toneladas no setor agropecuário até 2030. O valor é sete vezes maior do que o plano definiu em sua primeira etapa.
As metas e tecnologias do Plano ABC+ 2020-2030 foram divulgadas nesta segunda-feira (18), em evento virtual, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
“A meta é expandir a área com tecnologias ABC para 72 milhões de hectares até 2030. Um incremento de 103% em relação à década anterior. Estabelecemos assim as bases para que, a longo prazo, a totalidade da área de produção agropecuária brasileira adote sistemas de produção sustentáveis e resilientes”, disse a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
“Trata-se de uma das mais ambiciosas políticas da agropecuária do mundo que traça metas ousadas para aprimorar a sustentabilidade da produção brasileira ao longo da próxima década e manter o agro na vanguarda dos esforços de enfrentamento da mudança do clima”, acrescentou Tereza Cristina sobre o ABC+.
O Plano
O plano ABC+ é a segunda etapa do Plano ABC que foi realizado entre 2010 e 2020 e superou as expectativas mitigando cerca de 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em uma área de 52 milhões de hectares, superada em 46,5% em relação à meta estabelecida.
“Ao longo da última década, o governo colocou em marcha o Plano ABC que atingiu grande sucesso na redução das emissões de gases de efeito estufa no agro brasileiro”, afirmou a ministra Tereza Cristina.
A nova versão, o ABC+, incrementou as metas a serem atingidas para a mitigação de gases de feito estufa. Além de estimular a regularização ambiental e o cumprimento do Código Florestal, o plano promove o ordenamento territorial e a preservação da biodiversidade na propriedade, na região e nas bacias hidrográficas.
Foram incluídas novas tecnologias como bioinsumos, sistemas irrigados e a terminação intensiva de bovinos que vão oferecer mais opções para o produtor aumentar sua resiliência, eficiência produtiva e ganhos econômicos, ambientais e sociais.
A tecnologia de terminação intensiva, por exemplo, busca atingir 5 milhões de bovinos, a partir de técnica de confinamento ou semiconfinamento, característica da agropecuária tropical.
O avanço na alimentação bovina agrega ingredientes que resultam em uma emissão menor de gases de efeito estufa.
Outra tecnologia proposta pelo ABC+ é a plantação de florestas numa expansão de 4 milhões de hectares para a recuperação de áreas ambientais e produção comercial de madeira, fibras, alimentos, bioenergia e produtos florestais não madeireiros tais como látex e resinas.