O Laboratório de Produtos Florestais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, neste mês, coleção de fungos xilógrafos, os que utilizam a madeira como fonte de carbono, no Sistema de Informação sobre Biodiversidade Brasileira (SiBBr).
A extensão territorial do Brasil e a multiplicidade de biomas levam a uma ampla diversidade da fauna, flora, fungos e microrganismos aqui existentes e, a cada dia, novas espécies são descobertas o que, consequentemente, necessita de catalogação.
Sendo assim, o SiBBr, que é sistema coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com suporte técnico da ONU Meio Ambiente (UNEP) e apoio financeiro do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), tem por finalidade promover a organização, o armazenamento e a disponibilização de informações científicas sobre a biodiversidade e os ecossistemas brasileiros.
Nesse banco de dados são encontrados, por exemplo, coleções sobre bactérias, peixes e aves. Atualmente, estão disponíveis 450 catálogos com informações de 163 instituições cadastradas.
O SiBBr é uma importante ferramenta tecnológica sobre biodiversidade, pois é um nó de uma plataforma mundial, a Global Biodiversity Information Facility (GBIF), que possui dados e informações de aproximadamente 60 países. O catálogo do LPF ainda não está disponível no GBIF, porém a publicação no SiBBr é um dos requisitos para isso.
Registro da Coleção
Para ter a coleção publicada na plataforma, as instituições precisam seguir uma série de regras, como ter equipamento e pessoal qualificado para o trabalho de curadoria, métodos de preservação adequados ao tipo de microrganismo, local apropriado de armazenamento, entre outras técnicas relativas à manipulação microbiológica.
Segundo a pesquisadora da Área de Biodegradação e Preservação do Laboratório de Produtos Florestais, Anna Sofya da Silva, curadora da coleção, o processo é longo e demorado.
“Terminar o ano de 2022 com a publicação no SiBBr é muito gratificante, pois demanda muita pesquisa e trabalho. Hoje o LPF tem 23 fungos cadastrados, mas possuímos mais de 200 isolados, mantidos por 3 métodos de preservação. Está organizado, mas pretendemos melhorar ainda mais a nossa coleção. Estamos na iminência de receber novos fungos e a expectativa é aumentar mais e mais” afirmou.
Sobre a importância da coleção ser publicada a pesquisadora explica “Agora, a coleção possui um registro de depósito que garante cepas de referência às diversas instituições e aos centros de pesquisas que requisitarem nossos fungos. Os solicitantes terão que mencionar o LPF como coleção fonte desses recursos biológicos e isso trará maior visibilidade ao trabalho do Laboratório, o que vai possibilitar aprofundar os estudos com esse grupo de fungos e ampliar nossas parcerias em projetos de pesquisa”, explicou.