Impacto do agronegócio no mercado de trabalho: mais de 21,2 mil novos empregos em agosto

Fonte: Agência CMN Notícias

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Responsável por quase 23% do Produto Interno Bruto (PIB), o agronegócio brasileiro enfrenta desafios climáticos mais intensos, perdas de safra mais recorrentes e crise financeira. Ainda assim, segundo informativo da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o mercado de trabalho do setor fechou com saldo positivo, no oitavo mês do ano. Foram 230.256 admissões, 209.054 desligamentos e saldo positivo de 21.202 postos de trabalho.

De todo mercado de trabalho do Brasil, 9,3% dos empregos são vinculados ao agronegócio, contabilizando 21,2 mil vagas, enquanto as demais atividades formalizaram 228,9 empregos. O resultado foi inferior aos dois últimos anos, quando somou 24,9 mil e 32,7 mil empregos, nos meses de agosto de 2023 e de 2022. Os segmentos – agropecuária, agroindústria, agroserviços e insumos – criaram 230 mil admissões, 46% das 106,3 mil vagas abertas. Metade disso foi na agroindústria.

Quase nove de cada dez vagas foram criadas nos Municípios de pequeno e médio porte. Ao todo, 4.672 Municípios movimentam o agronegócio nacional, e 2.264 tiveram expansão nas atividades e 2.073 redução, com maior impacto nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Na contramão, a cadeia do açúcar no Nordeste criou 21,2 mil novos empregos, sendo 8,8 mil, em Pernambuco; 5,8 mil, na Paraíba; 4,6 mil, em Alagoas; e 3,1 mil no Rio Grande do Norte. Também criou 5,5 mil novos empregos ligados ao cultivo de melão, manga, uva e serviços de preparação de terreno, cultivo e colheita.

O Norte do Brasil também teve bom resultado: com aumento de 306 vagas relacionadas ao abate de bovino; 233 na serraria, com desdobramento de madeira em bruto; e 215 no cultivo de cana-de-açúcar.

Panorama

O cultivo de café, o processamento industrial do fumo e as atividades de apoio à agricultura não especificadas registaram baixa, em agosto, pelo segundo mês consecutivo, impacto negativo registado por 1.788 Municípios. Nos oito primeiros meses de 2024, a produção de sementes certificadas, o cultivo de dendê e a criação de bovinos para corte demitiram quase sete mil pessoas, em mais de 3,8 mil Municípios. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás, juntos, perderam oito mil postos de trabalho no setor.

De modo geral, a fabricação do açúcar bruto foi responsável pelo aumento de 10,7 mil vagas, em 184 Municípios, mostram os dados da CNM, seguido do cultivo de cana-de-açúcar e da e fabricação de álcool, respectivamente, em 523 e 164 Municípios. Só a fabricação de álcool promoveu 16 mil novos empregos, em 187 localidades. O abate de bovinos e cultivo de café registraram crescimento de 10 mil e 8,4 mil postos de trabalho em 631 e 640 Municípios.

Mesmo com resultados negativos em agosto, São Paulo, Minas Gerais e Goiás foram os Estados com mais registros de empregos ao longo de 2024, com destaque para a produção de soja, café e laranja. Os Municípios de Alagoas, Pernambuco e Sergipe perderam mais vagas de trabalho no agronegócio ao longo do ano, apesar do resultado positivo do mês de agosto.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.