No próximo mês de abril, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) comemora 50 anos de fundação. Ao longo de 5 décadas, a instituição aprimorou pesquisas e colaborou com o desenvolvimento do setor agropecuário do país.
Na última sexta-feira (24), a chefe geral da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop-MT), Laurimar Gonçalves Vendrusculo, conversou com CenárioMT sobre a contribuição dada pela instituição ao agronegócio. Ela veio a Lucas do Rio Verde e participou de eventos dentro do Show Safra 2023.
A chefe geral lembra que os pesquisadores tinham um grande desafio na região do cerrado, com terras ácidas e produção baixa. “A Embrapa teve uma contribuição muito grande”, destacou, citando que na celebração dos 50 anos é necessário informar à sociedade o que foi feito. “Dos problemas que a gente hoje trabalha e com a visão de futuro. Eu acho que esse planejamento também é do Brasil”.
Laurimar cita a busca do país em ser referência na questão de sustentabilidade, de lidar melhor com as mudanças climáticas. Desse modo, caminham as pesquisas em buscas de novas variedades que lidam com o estresse hídrico, entre outras características que buscam colocar o país nessa condição de referência.
“Tudo isso são pensamentos futuros que a gente lidou no passado também e que fortalece a instituição aqui no Mato Grosso e certamente no Brasil. E tenho certeza, o Brasil sempre exporta tecnologias que vão impactar o mundo, pela sua importância”, ressaltou.
Agricultura familiar
Em Lucas do Rio Verde, Laurimar Vendrusculo participou do lançamento do Campo 365, programa que une Embrapa, Empaer, Fundação Rio Verde e Prefeitura de Lucas do Rio Verde. Juntas, as instituições buscam desenvolver experimentos que vão atender a agricultura familiar.
“Mais do que a transferência de materiais da Embrapa, voltada a fruticultura e horticultura, eu acredito que está embutido também, boas práticas na condução desses produtos da agricultura familiar. Eu acredito que a valorização daquele que tem uma escala menor”, disse em referência a agricultura familiar.
Ela ressalta que há vários exemplos de produtores que tem escala menor de produção, mas que apresentam alta tecnificação em suas propriedades. Laurimar acredita que o programa vai atuar para que a agricultura familiar supram o mercado local, pois boa parte da produção vem de outras regiões.
“Que esses produtores utilizem esses materiais e façam uma ponte mais direta com o nosso consumidor, inicialmente de Lucas do Rio Verde, e tenho certeza que todo o Mato Grosso. É uma ideia muito importante que a gente fica grato pelas parcerias”, exaltou.
Pesquisas
A chefe geral da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop-MT) falou ainda das pesquisas conjuntas em busca de respostas para doenças e anomalias que atacam as lavouras regionais. Laurimar ressalta que os projetos de pesquisa realizados pela Embrapa são sempre referendados pela demanda do setor produtivo. “Muitas vezes essa demanda é imediata, como nós tivemos aí nos últimos 4 anos, a questão da anomalia da soja, que faz o apodrecimento do grão da vagem da soja e o quebramento da haste também. Especialmente nesse ano nós fizemos uma parceria com várias empresas que estão testando vários materiais para a gente começar a entender esse problema”, analisou.