A oferta de carne de frango no mercado interno brasileiro recuou ao patamar anterior à confirmação do caso de gripe aviária registrado no país este ano. A constatação vem dos dados divulgados nesta semana pelo IBGE e analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, que apontam para uma queda consistente na disponibilidade interna da proteína entre agosto e setembro.
Nesse período, o volume ofertado no estado de São Paulo foi de 111 milhões de quilos, praticamente o mesmo registrado no intervalo de janeiro a abril de 2025 — período pré-gripe aviária — quando a média era de 110 milhões de quilos. O movimento marca uma volta à normalidade após o pico observado em maio, quando as restrições às exportações brasileiras levaram a disponibilidade doméstica a ultrapassar 123 milhões de quilos, segundo o IBGE.
O Cepea destaca que a retomada gradativa dos embarques internacionais ao longo do segundo semestre foi determinante para essa reversão. Com a proteína voltando ao fluxo normal de exportações, a oferta interna diminuiu e o mercado começou a responder com alta de preços.
Levantamentos recentes do Cepea mostram que os preços dos produtos avícolas vêm subindo mês após mês, reflexo direto da menor oferta disponível ao consumidor brasileiro. Embora a elevação ainda ocorra de forma moderada, o movimento indica um cenário de mercado mais ajustado e competitivo ao produtor.
Para os analistas, o nível atual de disponibilidade interna reforça que o setor avícola começa a se estabilizar após um período de incertezas. A expectativa, caso o ritmo de exportações se mantenha, é de que o mercado siga em trajetória de firmeza no curto prazo, tanto em preço quanto em demanda.

















