“Como pescador eu mal conseguia cobrir as despesas; trabalhar como guia mudou minha vida para melhor”, afirma pantaneiro

Fonte: DA REDAÇÃO

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José Rodrigues Leite, de 71 anos, natural de Cáceres (220 km de Cuiabá), viu sua vida mudar quando decidiu trocar a atividade de pesca profissional pela de guia de turismo de pesca na região.

Criado em uma família com 10 irmãos – e que sobreviveu graças à pesca -, o pantaneiro conta que a diminuição dos peixes no rio, acentuada nos últimos anos, gerou preocupação e motivou a mudança de atividade.

“A minha vida mudou para melhor. Hoje ganho entre três a quatro salários mínimos trabalhando como guia, algo que não tinha como pescador, quando eu mal conseguia cobrir as despesas do barco, motor, tralhas, combustíveis e alimentos”, acrescenta.

A preocupação de José Rodrigues é a mesma de Emiliano Pinto Miranda, de 67 anos. Nascido no Pantanal mato-grossense, ele relata que também optou por trocar a profissão de pescador pela de guia de pesca após perceber, ao longo dos últimos anos, que os peixes estão desaparecendo da bacia do Paraguai.

O idoso ainda conta que, com a experiência adquirida, hoje atua como piloto de barco para os turistas que procuram a região para a pesca. Com a atividade, ele diz, chega a receber até quatro salários mínimos por mês.

Os pescadores, que vivenciaram o impacto da redução do estoque pesqueiro nos rios de Mato Grosso, defendem a aprovação do projeto Transporte Zero, do Governo de Mato Grosso. A proposta visa combater a pesca predatória nos rios do estado, considerando a diminuição de peixes, que coloca em risco várias espécies nativas de Mato Grosso e estados vizinhos.

A história foi contada pelo repórter João Arruda, no site Jornal Oeste, nesta sexta-feira (16.06).