CNA levanta custos de produção de cana e café

Fonte: Assessoria

53010293871 fc52a43e2d k

Os técnicos do projeto Campo Futuro da CNA deram início, nesta semana, aos levantamentos de custos de produção da atividade agropecuária em 2025. Os painéis ocorreram de forma virtual e presencial no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo, com produtores de cana-de-açúcar e café.

Cana – O primeiro painel de custos da safra2025/26 de cana-de-açúcar foi realizado na terça (8), no município de Cianorte (PR). Segundo relatos dos produtores, a propriedade modal é de 50 hectares, com expectativa de produtividade de cerca de 82 toneladas por hectare.

De acordo com a assessora técnica da CNA Eduarda Lee, a produtividade apontada é resultado de maiores investimentos em nutrição, apesar de os canaviais ainda poderem sentir os efeitos de adversidades climáticas do ciclo passado. Na região, a matéria-prima é totalmente destinada à produção de etanol.

Já na quarta (9), os custos foram levantados para a realidade de Barretos (SP), com modal de 100 hectares e expectativa de produtividade de 70 toneladas por hectare, valor abaixo do visto na safra passada em decorrência, principalmente, de incêndios que atingiram a região em 2024.

Os custos de Nova Alvorada do Sul (MS) foram coletados, na quinta (10). O modal da região é de 1.000 hectares, com expectativa de produção de 80 toneladas por hectare. Na sexta (11), foi a vez dos produtores de cana de Cambará (PR). No painel, foi definido um modal de 73 hectares e 75 t/ha de produtividade.

Eduarda Lee afirmou que foi observado incremento significativo do plantio mecanizado em parte das regiões estudadas, dada a escassez de mão de obra.

Café – Todos os painéis de café foram realizados entre terça (8) e quinta (10), no estado do Espírito Santo. Em Brejetuba, é estimada uma recuperação na produtividade, no entanto, houve uma leve redução nos resultados em comparação ao painel em 2024, o que se explica pela realização da recepa em 20% da área — prática que tem se tornado comum na região.

Em relação à mão de obra, 60% da área cafeeira continua sendo conduzida em regime de parceria, enquanto os 40% restantes, que se dividem entre área em produção e área recepada, são manejadas com mão de obra familiar.

Quanto aos custos, foi verificado um aumento de 33,7% no Custo Operacional Efetivo (COE) por saca, em relação ao painel anterior. Esse acréscimo foi impulsionado principalmente pelos aumentos nos custos com corretivos (10,1%), fertilizantes (15,3%) e mão de obra (50,1%). Este último está diretamente ligado ao modelo de parceria adotado, cuja elevação é justificada pela valorização de 86,8% no preço do café em comparação ao levantamento anterior.

Em Cachoeiro do Itapemirim, a produtividade apresentou leve melhora, influenciada por condições climáticas mais favoráveis no quadriênio analisado, substituindo a fraca safra de 2021. Os impactos negativos da escassez de chuvas foram parcialmente mitigados pelo uso de irrigação. O principal fator de aumento de custos foi o modelo de parceria, no qual o parceiro recebe 40% da produção.

Apesar das margens líquidas positivas, a inclusão dos custos de oportunidade, especialmente a remuneração da terra, equivalente a 15% da produção, resultou em prejuízo na análise econômica completa. O COE por saca teve um aumento de 47,6%, com destaque para os custos com mão de obra (64,5%), fertilizantes (59,0%) e corretivos (45,1%). A Receita Bruta foi 64,5% superior em relação ao levantamento de 2024.

Por fim, no painel de Jaguaré foi observada uma melhora significativa nos preços de comercialização da safra atual. Houve redução no uso de CPRs como ferramenta de antecipação de caixa. O COE apresentou elevação de 22,6%, impulsionada por aumentos nos custos com mecanização (7,9%), mão de obra (28,9%), corretivos (66,7%) e fertilizantes (34,3%). A Receita Bruta registrou aumento expressivo de 53,3%.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso. Cargo: Jornalista | DRT: 0001781-MT