O Arco Norte vem se firmando como o principal corredor logístico das exportações brasileiras de grãos, especialmente de soja e milho, consolidando uma mudança estrutural no escoamento da produção agrícola do país. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que a região ampliou de forma significativa sua participação nos embarques ao mercado internacional, superando portos historicamente dominantes.
No caso da soja em grãos, os embarques brasileiros acumulados até novembro deste ano atingiram 104,7 milhões de toneladas, volume recorde para o país. O montante supera, inclusive, todo o volume exportado em 2021, quando o Brasil vendeu ao mercado internacional 101,87 milhões de toneladas da oleaginosa ao longo de todo o ano. O desempenho reforça o protagonismo brasileiro no comércio global de soja e evidencia a capacidade logística construída nos últimos anos.
Desse total embarcado em 2025, 36,8% das exportações nacionais de soja saíram pelos portos do Arco Norte, consolidando a região como a principal porta de saída do produto. Em seguida aparece o porto de Santos, responsável por 31,9% dos embarques. O porto de Paranaguá respondeu por 13% do volume exportado, enquanto o porto de Rio Grande participou com 7,9% das vendas externas da oleaginosa.
O avanço do Arco Norte reflete uma combinação de fatores, como investimentos em infraestrutura portuária, melhorias nas rotas rodoviárias e hidroviárias, além da proximidade com importantes regiões produtoras do Centro-Oeste e do Matopiba. A redução das distâncias até os portos do Norte tem contribuído para a diminuição dos custos logísticos, aumento da competitividade do produto brasileiro e maior eficiência no escoamento das safras.
O cenário se repete nas exportações de milho, outro produto estratégico do agronegócio nacional. Segundo dados do MDIC, os embarques do cereal alcançaram 34,8 milhões de toneladas até novembro deste ano. Assim como ocorre com a soja, o Arco Norte lidera a movimentação do grão, concentrando 47,2% das exportações brasileiras de milho destinadas ao mercado internacional.
Na sequência, o porto de Santos aparece com 41,6% dos volumes embarcados de milho, mantendo relevância, mas ficando atrás do corredor logístico do Norte. O porto de Paranaguá foi responsável por 12,2% das exportações do cereal, enquanto o porto de São Francisco do Sul respondeu por 8,2% dos embarques nacionais.
A liderança do Arco Norte nas exportações de milho e soja evidencia uma mudança no mapa logístico brasileiro, historicamente concentrado nos portos do Sudeste e Sul. Essa transformação tem sido impulsionada pela expansão da fronteira agrícola, especialmente em estados como Mato Grosso, Pará, Maranhão, Piauí e Tocantins, além da consolidação de corredores multimodais que integram rodovias, ferrovias e hidrovias.
Para o setor produtivo, a consolidação do Arco Norte como eixo preponderante de exportação representa ganhos diretos em competitividade, previsibilidade logística e redução de gargalos. Além disso, contribui para aliviar a sobrecarga em portos tradicionais, distribuindo melhor os fluxos de carga e aumentando a eficiência do sistema logístico nacional como um todo.
Os números reforçam que o Brasil não apenas mantém sua posição de destaque no comércio internacional de grãos, como também avança na modernização e diversificação de suas rotas de exportação. A tendência, segundo analistas do setor, é de que o Arco Norte continue ampliando sua participação nos próximos anos, acompanhando o crescimento da produção agrícola e os investimentos em infraestrutura logística.

















