Os Estados Unidos sinalizaram que devem encaminhar ao Brasil uma proposta de cooperação voltada ao enfrentamento de organizações criminosas, após reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o embaixador interino norte-americano, Gabriel Escobar. Durante o encontro, o diplomata demonstrou disposição em avançar em um canal direto entre os dois países para rastrear peças de fuzis enviadas ao território brasileiro.
Haddad explicou que o objetivo é permitir comunicação imediata entre as autoridades quando um contêiner vindo dos EUA for identificado com componentes de armamento. Segundo ele, o mecanismo ajudaria a verificar quem enviou o material, qual seu destino e se houve irregularidades nos portos de embarque.
O ministro destacou ainda que 55 fundos de investimento estão sob investigação por suspeita de financiar atividades criminosas, incluindo operações que envolvem peças de fuzis remetidas dos Estados Unidos. A apuração aponta que grupos criminosos utilizam estruturas financeiras em diferentes países para ocultar patrimônio e escapar do controle fiscal.
No encontro, Haddad relatou ao embaixador casos em que cargas chegam ao Brasil sem procedimentos essenciais, como o escaneamento de contêineres. O ministro afirmou também que Escobar recebeu orientação direta do presidente Donald Trump para aprofundar o diálogo com o Brasil e que deve apresentar uma resposta oficial ao governo.
Haddad informou que a documentação sobre fundos registrados nos EUA será enviada às autoridades americanas para fortalecer a cooperação. Ele ressaltou a integração entre Polícia Federal, Receita Federal, Coaf e ministérios públicos estaduais, defendendo a participação norte-americana para ampliar a eficácia no combate à lavagem de dinheiro e à atuação de facções.
Escobar citou experiências de cooperação entre EUA e México, mas Haddad ponderou que o contexto brasileiro exige parâmetros específicos. O ministro afirmou ter deixado a reunião com a impressão de que a proposta será analisada com celeridade.


















