Racismo no STF tem maioria para reconhecimento de problema estrutural

Ministros formaram maioria para admitir a existência do racismo estrutural e determinar a criação de um plano nacional de enfrentamento.

Fonte: CenárioMT

Racismo no STF tem maioria para reconhecimento de problema estrutural
Foto: Tania Rego/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal formou maioria para reconhecer a existência do racismo estrutural no Brasil e fixar prazo de 12 meses para que o governo elabore um plano nacional de enfrentamento.

Embora haja concordância sobre a necessidade de ações, o julgamento foi suspenso e deve ser retomado em nova data, quando serão definidas as diretrizes para a elaboração do plano.

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O debate se concentra no possível reconhecimento do chamado estado de coisas inconstitucional. Parte dos ministros avalia que iniciativas relevantes já foram adotadas ao longo dos últimos anos e que não há omissão do governo federal, enquanto outra ala entende que ainda há falhas graves na proteção da população negra.

A ação é movida pela Coalizão Negra por Direitos e por sete partidos, que pedem que o STF reconheça oficialmente a situação e determine medidas obrigatórias de combate ao racismo estrutural.

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Votos

O julgamento começou com o voto do relator, ministro Luiz Fux, favorável ao reconhecimento do estado de coisas inconstitucional e à criação do plano nacional, posição acompanhada por Flávio Dino.

No dia seguinte, Cristiano Zanin afirmou que o país enfrenta um quadro persistente de desigualdade racial e violações de direitos fundamentais. Em linha semelhante, Dino destacou que a discriminação atravessa séculos da história brasileira.

Cármen Lúcia ressaltou a insuficiência das políticas de proteção para a população negra, enquanto Alexandre de Moraes afirmou que o racismo estrutural permanece como uma chaga social. Já André Mendonça reconheceu a presença do racismo, mas discordou do uso do termo racismo institucional.

Governo

A Advocacia-Geral da União declarou que o governo está comprometido com a formulação do plano, sob coordenação do Ministério da Igualdade Racial.

Segundo a AGU, a participação da sociedade civil será integrada ao processo, com foco na construção de diretrizes efetivas e viáveis para todo o território nacional.

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada. Envie sua sugestão para o e-mail [email protected]