Um homem foi condenado a 70 anos de prisão em Tangará da Serra, em regime fechado por estuprar a própria filha em Lucas do Rio Verde. Os abusos, que ocorreram entre 2019 e 2022, começaram quando a vítima tinha apenas 12 anos.
Segundo a denúncia do Ministério Público, os abusos se iniciaram após a morte da mãe da menina. O acusado, aproveitando-se da fragilidade da filha, a manipulou emocionalmente e a ameaçou, fazendo com que a adolescente se sentisse isolada e sem ter para quem recorrer.
“Ele dizia que eu parecia com a minha mãe, morávamos sozinhos em Lucas do Rio Verde (…) era recorrente, começou passando a mão no corpo, dormiam na mesma cama, percebeu que ele dormia muito abraçado, ele falava que era normal de pai para filha”, relatou a vítima em juízo.
A adolescente também contou que o pai a forçava a ingerir medicamentos para dormir, facilitando assim a prática dos abusos. Além do sofrimento psicológico, a vítima relatou ter sofrido agressões físicas, como arrancamento de cabelo e hematomas.
Denúncia e justiça
A ex-madrasta da vítima, ao tomar conhecimento dos abusos por meio de mensagens trocadas com a enteada, procurou a assistência social, onde a adolescente finalmente teve coragem de denunciar os crimes.
Em sua decisão, a juíza destacou a importância da palavra da vítima em casos como este, onde as provas são, muitas vezes, difíceis de obter.
“Embora a defesa tenha colocado em dúvida a palavra da vítima e alegado falta de provas, fato é que em situações de violência sexual como a do presente caso, não é comum a presença de testemunhas”, afirmou a magistrada.
Condenação e alerta
A condenação do acusado é um importante precedente e serve como um alerta para a sociedade sobre a importância de denunciar casos de abuso sexual.
É fundamental que as vítimas tenham coragem de buscar ajuda e que a sociedade como um todo esteja atenta a esses crimes, que muitas vezes ocorrem em ambientes familiares e deixam marcas profundas nas vítimas.