O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, manifestou indignação e convocou um boicote ao Carrefour depois que a rede anunciou que não importará mais carnes de países do Mercosul, incluindo o Brasil, para suas lojas na França.
A medida, que afeta diretamente Mato Grosso, estado líder na produção de carne bovina no país, foi interpretada pelo governador como uma estratégia protecionista camuflada por questões ambientais.
Em um comunicado oficial e um vídeo divulgado nas redes sociais, Mendes criticou duramente a decisão do Carrefour e pediu que os brasileiros, especialmente os envolvidos no agronegócio, reflitam sobre suas escolhas de consumo.
Segundo ele, essa é uma oportunidade de mostrar solidariedade ao setor que impulsiona a economia nacional e defende a imagem do Brasil no mercado internacional.
Críticas do governador de Mato Grosso
Mendes destacou que respeita o direito da empresa de escolher seus fornecedores, mas também reforçou o direito dos consumidores brasileiros de optar por empresas que valorizem o país.
“Se o Brasil não serve para vender carne para eles, então essa empresa não deveria ser bem vista aqui. Eu não vou comprar mais das lojas deles, e acho que aqueles que são do agro e até a população brasileira deveriam pensar em fazer o mesmo”, afirmou.
O governador classificou a decisão do Carrefour como parte de um movimento liderado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, e apoiado por ambientalistas que, segundo ele, usam discursos ambientais para criar barreiras comerciais ao agronegócio sul-americano.
“No fundo, é uma estratégia para proteger os produtores franceses que não conseguem competir com o agronegócio brasileiro”, completou.
Impactos em Mato Grosso e no agronegócio
A decisão do Carrefour reflete a pressão de produtores franceses contra o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que poderia abrir mercados para produtos sul-americanos. Como maior produtor de carne bovina do Brasil, Mato Grosso sente diretamente os efeitos dessas críticas internacionais. Mendes reforçou que o setor agropecuário do estado é alvo recorrente de acusações ambientais, muitas vezes usadas como pretexto para criar barreiras comerciais.
Além do impacto no comércio internacional, o Carrefour controla a rede Atacadão no Brasil, o que pode ampliar as consequências de um possível boicote. Para Mendes, essa resposta deve partir tanto dos consumidores quanto dos produtores, como uma forma de proteger a competitividade do agronegócio brasileiro.