Na última semana, os preços do etanol hidratado e anidro mantiveram uma trajetória de alta, refletindo o movimento estratégico das usinas e a expectativa de maior demanda com a proximidade do final de ano. Segundo pesquisadores do Cepea, o aumento das cotações é sustentado pela firmeza das usinas, que têm ajustado sua postura comercial devido ao encerramento da safra de moagem da cana-de-açúcar, ao mesmo tempo que aguardam uma maior procura, como normalmente ocorre nesse período.
Entre os dias 14 e 18 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ para o etanol hidratado registrou uma alta de 1,43%, com o preço líquido (sem ICMS e PIS/Cofins) fechando a R$ 2,5518 por litro. O etanol anidro, utilizado principalmente na mistura com a gasolina, teve um aumento ainda mais expressivo, de 4,62%, alcançando o valor de R$ 2,8847 por litro, também líquido de impostos. Esses aumentos refletem não apenas a menor oferta de produto com o avanço do fim da safra, mas também a percepção de que a demanda por combustíveis deverá se intensificar com a chegada das festas de fim de ano e do verão, período de maior consumo.
Outro fator que contribui para a alta nos preços é a resiliência das usinas em segurar estoques, com o objetivo de aproveitar o mercado aquecido nos próximos meses. A expectativa de um crescimento nas vendas de combustíveis, impulsionada pelas viagens de fim de ano e o aumento no uso de automóveis, faz com que as usinas adotem uma postura mais cautelosa, aguardando melhores oportunidades para comercializar seus estoques a preços mais altos.
Esse cenário reforça a relevância do etanol no mercado energético brasileiro, sendo um dos principais produtos da cadeia sucroalcooleira. Além de contribuir para a redução das emissões de gases poluentes, o etanol tem se mostrado uma alternativa viável e competitiva frente aos combustíveis fósseis, com o mercado interno cada vez mais aquecido, especialmente em momentos de alta demanda, como o que se aproxima.