Em uma decisão inesperada, a Microsoft encerrou o projeto Natick, seu ambicioso projeto de data center subaquático. A iniciativa, iniciada em 2013, buscava explorar a viabilidade de data centers submersos como alternativa mais sustentável e confiável às instalações tradicionais em terra firme.
O projeto Natick consistia em um cilindro de 12 metros de comprimento contendo 12 racks de servidores, posicionado a 193 quilômetros da costa da Escócia. Após três meses de testes no Pacífico em 2013, a cápsula subaquática foi submersa em 2018 e recuperada em 2020.
Os resultados do experimento foram animadores. Durante os dois anos submersos, a Microsoft perdeu apenas seis dos 855 servidores da cápsula, enquanto um experimento paralelo em terra firme resultou na perda de oito de 135 servidores. A estabilidade da temperatura da água do mar e a utilização de nitrogênio gasoso inerte para proteção dos servidores foram apontados como fatores cruciais para o sucesso do projeto.
Apesar dos resultados positivos, a Microsoft optou por encerrar o projeto Natick. Segundo Noelle Walsh, chefe da divisão de Nuvem, Operações e Inovação (COI) da empresa, o foco agora está em aprimorar os data centers tradicionais em terra firme.
“Aprendemos muito sobre operações submarinas, vibrações e impactos nos servidores”, disse Walsh. “Aplicaremos esse conhecimento em outros projetos, mas, por enquanto, estamos mais focados em nossas instalações em terra firme.”
A empresa ressaltou que continuará utilizando o projeto Natick como plataforma de pesquisa para explorar novos conceitos em data centers, como a imersão líquida.
Natick: Um experimento pioneiro com desafios persistentes
Embora o projeto Natick tenha sido encerrado, a iniciativa serviu como um marco importante na pesquisa de data centers. O experimento demonstrou a viabilidade de data centers subaquáticos e seus potenciais benefícios em termos de confiabilidade, sustentabilidade e segurança.
No entanto, o projeto também evidenciou desafios que precisam ser superados para que essa tecnologia se torne viável em larga escala. Um dos principais desafios é a necessidade de desenvolver sistemas de comunicação e energia mais eficientes para data centers subaquáticos. Além disso, a segurança contra ataques físicos e cibernéticos também precisa ser considerada.
O futuro dos data centers subaquáticos
Apesar do fim do projeto Natick, a ideia de data centers subaquáticos ainda está em desenvolvimento. A China, por exemplo, já inaugurou o que afirma ser o primeiro data center comercial subaquático do mundo.
É possível que, no futuro, data centers subaquáticos se tornem uma alternativa viável para algumas aplicações específicas. No entanto, antes que essa tecnologia se torne mainstream, diversos desafios técnicos e logísticos precisam ser superados.
Pesquisa e desenvolvimento continuam
A Microsoft pode ter encerrado o projeto Natick, mas a empresa segue comprometida com a pesquisa e desenvolvimento de soluções inovadoras para data centers. A imersão líquida, por exemplo, é uma tecnologia promissora que pode oferecer benefícios em termos de eficiência energética e refrigeração.
É possível que, no futuro, a Microsoft e outras empresas desenvolvam data centers subaquáticos que superem os desafios atuais e se tornem uma opção viável para o futuro da computação em nuvem.