Foi inaugurada a primeira planta-piloto no Brasil para produzir combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), na terça-feira (05/09), com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Laboratório de Hidrogênio Verde e Combustíveis Avançados deverá produzir 5 litros/dia do combustível, além de fazer estudos sobre a viabilidade e análises sobre os aspectos técnicos necessários para a produção, e está instalado no Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), em Natal (RN).
O secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Guila Calheiros, afirmou que a inauguração do laboratório é um marco significativo na jornada brasileira rumo à transição energética justa e inclusiva. Segundo ele, a primeira planta piloto de combustível sustentável de aviação contribui para os objetivos brasileiros relacionados à descarbonização da economia, principalmente no setor de aviação.
Guila Calheiros destacou que o MCTI tem atuado de forma assertiva nas áreas de energias renováveis, combustíveis sustentáveis e das tecnologias de baixo carbono. “O etanol e o biodiesel são exemplos da atuação conjunta do MCTI com ICTs e o setor privado, que resultou em programas que geraram grandes benefícios econômicos, sociais e ambientais para o país”, reforçou o secretário.
O laboratório foi estruturado por meio de uma parceria entre o Instituto Senai de Inovação e a Cooperação Técnica Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ, na sigla em alemão), com apoio de dois convênios: o ProQR – Combustíveis Alternativos Sem Impactos Climáticos, liderado pelo MCTI, e o H2Brasil, em colaboração com o Ministério de Minas e Energia (MME). Os convênios investiram um total de 1,4 milhão de euros (R$ 7,4 milhões) no projeto, sendo R$ 3,5 milhões por parte do ProQR/MCTI
Impactos climáticos
A Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec) do MCTI apoiou desde o princípio a iniciativa do laboratório. No âmbito do projeto ProQR foi realizado o estudo inicial Geração de Combustíveis Sintéticos de Aviação a partir da Glicerina Oriunda da Produção de Biodiesel . O trabalho demonstra como a bem-sucedida expansão da indústria de biocombustíveis no Brasil, que cria uma abundância de glicerol como subproduto, pode ser bastante importante também para a produção de combustíveis sintéticos para a aviação.
O estudo aponta que, além da possibilidade de diversificar a oferta de combustíveis mais sustentáveis, o aproveitamento desses subprodutos vai também na linha de economia circular: aproveitando a glicerina, a cadeia do valor do biodiesel é prolongada e ainda abre caminhos para novos combustíveis sem impactos climáticos.
Por: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação