Objeto interestelar 3I/ATLAS gera debate, mas agências espaciais descartam origem artificial

Fonte: CenárioMT

Um objeto interestelar identificado como 3I/ATLAS passou recentemente pelo ponto mais próximo da Terra e reacendeu discussões sobre sua natureza. Apesar de especulações levantadas por um pesquisador de Harvard, agências espaciais afirmam que não há qualquer evidência de algo não natural no fenômeno observado.

O corpo celeste cruzou a região interna do Sistema Solar a cerca de 209 mil km/h, mantendo uma distância mínima aproximada de 273 milhões de quilômetros do planeta. Para a maioria dos astrônomos, trata-se de um cometa interestelar, classificado dentro do comportamento esperado para esse tipo de objeto.

Hipótese controversa ganha repercussão

A polêmica surgiu após declarações do astrofísico Avi Loeb, professor da Universidade de Harvard, que afirmou não ser possível descartar completamente a hipótese de o 3I/ATLAS representar tecnologia não humana.

Em entrevista à imprensa internacional, Loeb sugeriu que a humanidade deveria considerar cenários extremos, classificando a passagem do objeto como um possível “evento de cisne negro” — termo usado para acontecimentos raros, mas de grande impacto. Segundo ele, ignorar completamente a chance de origem artificial seria um risco científico.

O pesquisador citou supostas anomalias, como o formato da cauda e a presença de elementos químicos específicos, levantando a possibilidade — sem comprovação — de sistemas de propulsão ou até atividades de mineração no espaço profundo.

NASA e comunidade científica rejeitam especulação

A posição de Loeb, no entanto, não encontra respaldo nas principais instituições científicas. A NASA informou que análises feitas com dados de diversas sondas e telescópios indicam um comportamento compatível com cometas naturais.

Segundo representantes da agência, o 3I/ATLAS apresenta características típicas de objetos formados nos primórdios de outros sistemas estelares. Estimativas apontam que ele pode ter cerca de oito bilhões de anos, funcionando como um verdadeiro “fóssil cósmico”.

Cientistas classificam teoria como infundada

Outros especialistas também se manifestaram de forma crítica. O astrônomo Chris Lintott, da Universidade de Oxford, afirmou que não há qualquer indício de fabricação artificial no objeto.

Para Lintott, as variações de brilho e coloração observadas são reações normais ao aquecimento solar, quando gelo e poeira interestelar se desprendem da superfície. “Tudo o que foi visto nesse objeto já foi observado em outros cometas”, afirmou, classificando as teorias mais extremas como especulação sem base científica.

Consenso permanece científico

Apesar do interesse público gerado pelo debate, o consenso entre astrônomos é de que o 3I/ATLAS não representa ameaça nem evidência de tecnologia alienígena. Para as agências espaciais, o episódio reforça a importância do monitoramento contínuo de objetos interestelares, mas também destaca a necessidade de separar hipóteses científicas de conjecturas sem comprovação.

O espaço segue vasto e repleto de mistérios — porém, até o momento, os dados disponíveis apontam apenas para mais um visitante natural vindo de fora do Sistema Solar.

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Rodrigo Lampugnani, formado em Ciência da Computação, é fundador do CenárioMT. Inovador no jornalismo digital. Rodrigo Lampugnani é especializado em notícias do Agro, futebol, astrologia e cobertura regional de Mato Grosso. Produz análises esportivas, horóscopos diários e reportagens locais com foco no desenvolvimento do Estado.