Um estudo britânico apontou que pessoas com problemas cardíacos que já sofreram algum ataque do coração podem continuar consumindo bebidas alcoólicas, contanto que seja um consumo bem controlado. A análise também relatou que beber uma certa quantidade de álcool pode até evitar um segundo ataque.
Os pesquisadores afirmam que as pessoas que já tiveram um ataque e consumiram 105 gramas de álcool por semana apresentaram risco de sofrer uma nova ocorrência cardíaca muito menor do que aqueles que não beberam.
Mas nada de se empolgar! Essa quantidade de álcool consumida equivale a menos da metade de uma taça de vinho por semana e é quase 37% menor do que o consumo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 166 gramas por semana.
A análise foi feita por cientistas do Colégio Universitário de Londres em parceria com a Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e coletou dados de mais de 14 mil pessoas que já tiveram algum tipo de ataque cardíaco, como derrame ou angina. Além disso, outras 12 pesquisas foram incluídas no estudo, totalizando uma amostra de mais de 48 mil pessoas.
Álcool e problemas cardíacos
O estudo foi publicado recentemente na revista BMC Medicine e foi realizado através da associação entre o consumo de álcool e o prognóstico em indivíduos com doença cardiovascular preexistente (DCV). “Para isso, realizamos uma série de meta-análises de novos achados de três coortes de grande escala e estudos publicados existentes”, explicam os autores no texto.
A partir da coleta e comparação de dados, a análise sugere que pessoas com problemas cardiovasculares que beberam 8 gramas de álcool por dia, 56 gramas por semana, tiveram uma queda de 27% no risco de um novo ataque do coração.
Ainda assim, quando o consumo de álcool foi reduzido, os riscos também caíram. As pessoas que beberam apenas 6 gramas de álcool por dia, 42 gramas semanais, apresentaram um risco 50% menor de sofrer um segundo episódio cardíaco, em comparação aos que não beberam.
Malefícios do álcool
Ao final do estudo, os autores concluíram que para prevenção de uma doença cardiovascular preexistente, os “bebedores atuais” podem não precisar parar de beber, mas devem ser informados que níveis mais baixos de consumo de álcool podem estar associados a riscos reduzidos.
“No entanto, os pacientes que não bebem não devem ser encorajados a começar a beber pouco por causa dos efeitos adversos bem conhecidos em outros desfechos de saúde, como câncer”, alertam.
O consumo abundante de álcool ainda pode causar dependência, o alcoolismo, e doenças como cirrose, osteoporose e problemas gastrointestinais. Além disso, o álcool também pode agravar distúrbios mentais, como a ansiedade.